O Estado de S. Paulo

Globalização de professores e de turmas veio para ficar

Diminuição de aulas presenciais traz a possibilidade de criar mais módulos internacionais, com dias e horários diversos

P.R. E C.V.

Com a globalização e as redes sociais, outra tendência verificada é a ampliação de parcerias com instituições internacionais para o intercâmbio com escolas brasileiras na pós-graduação. Trata-se de algo que cresceu com a pandemia e veio para ficar.

“Você pode trazer professores do mundo todo, e você pode incluir alunos de todo o mundo”, afirma Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp. Outra possibilidade nasce da diminuição do espaço presencial. “Diminuindo a carga presencial, você pode criar módulos internacionais. Se os alunos não têm aula toda segunda ou terça, ou sábado, pode ter espaço para um módulo internacional.”

Capelato observa uma “trilha” nova e diferenciada que fica possível construir na pósgraduação, unindo cursos ao longo de um período, mesmo em instituições diferentes. “Eu lembro que fui fazer um MBA na área de TI, mas no meio havia elementos obrigatórios que já tinha cursado, como micro e macroeconomia, que estavam no pacote. Hoje, você pode personalizar.”

DIFERENCIAL. De acordo com João Luis Barroso, diretor de Educação Executiva dos Núcleos da FGV, a instituição entende que a experiência internacional é um diferencial que enriquece a carreira do aluno e complementa o conteúdo vivenciado nos seus cursos, ao possibilitar o intercâmbio de conhecimentos entre executivos brasileiros, universidades e empresas estrangeiras. “A FGV possui mais de cem universidades e escolas de negócios parceiras, distribuídas em cinco continentes”, ressalta.

DUPLA CERTIFICAÇÃO. “Por meio de nosso escritório de internacionalização temos parcerias com diversas universidades no mundo todo. Isso faz com que alguns módulos do nosso programa sejam ministrados por docentes dessas instituições parceiras. Aí esse módulos recebem uma dupla certificação. Recentemente tivemos experiências desse tipo com Munique, com a Universidade da Flórida, e os alunos enxergam isso de uma forma muito positiva, pela ampliação do contexto cultural e pela promoção de uma visão globalizada de determinados assuntos”, diz Daniela Tessele, diretora de Lifelong Learning da Ânima Ecossistema de Aprendizagem.

Para Sabine Righetti, pesquisadora do Labjor da Unicamp, a escolha por um curso de pósgraduação ou MBA no exterior deve levar em conta as circunstâncias e os interesses de cada estudante. “Se a pessoa tem um emprego e uma situação estabelecida no Brasil, pode valer a pena escolher um curso aqui mesmo. Depende muito de cada situação.”

“Com o escritório de internacionalização, alguns módulos são ministrados por docentes dessas instituições parceiras. Aí esse módulos recebem uma dupla certificação” Daniela Tessele Diretora da Ânima

UNESCO. Entre as iniciativas que demonstram essa tendência está a da Universidade Aberta, de Lisboa, Portugal, que instituiu a cátedra Unesco de Estudos Globais. A iniciativa tem por objetivo desenvolver projetos de investigação pioneiros sobre os fenômenos resultantes da globalização e promover o uso científico e pedagógico da língua portuguesa no mundo, em estreita parceria com instituições de ensino superior de renome, nacionais e estrangeiras. •

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2023-11-21T08:00:00.0000000Z

2023-11-21T08:00:00.0000000Z

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