O Estado de S. Paulo

Bradesco tem 2º maior lucro de sua história no terceiro trimestre

Ganhos do banco somaram R$ 6,77 bi, um avanço de 34,5% sobre igual período de 2020 e acima de previsões de analistas

MATHEUS PIOVESANA ALTAMIRO SILVA JUNIOR

O Bradesco, segundo maior banco privado do País, fechou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido recorrente de R$ 6,77 bilhões, alta de 34,5% em relação ao mesmo período do ano passado e de R$ 7,1% ante o segundo trimestre deste ano. O resultado, de acordo com o banco, foi o segundo maior de toda a sua história.

No critério contábil, que inclui despesas com amortização de ágio, o lucro líquido do banco foi de R$ 6,65 bilhões, aumento de 58,5% no comparativo anual e de 11,3% em relação ao trimestre anterior.

O resultado do banco também superou a média das previsões de cinco casas consultadas pelo serviço Prévias Broadcast: BTG Pactual, Bank of America, Citi, Safra e UBS BB.

Segundo o Bradesco, a retomada das atividades econômicas no terceiro trimestre, com o avanço da vacinação contra a covid-19 no País, impulsionou seus números. O banco destaca ainda que a gama de produtos oferecidos aos clientes o ajudou a avançar diante da retomada.

Outro fator que impulsionou os resultados do Bradesco foram as operações de seguros, tradicionalmente responsáveis por até 30% dos lucros. No terceiro trimestre, o resultado do segmento foi de R$ 3,21 bilhões, alta de 104,1% em relação ao segundo trimestre deste ano – período em que, com o impacto da pandemia sobre a sinistralidade, o resultado de seguros havia despencado. Em relação ao mesmo período de 2020, houve alta discreta de 2,6%.

Em comunicado à imprensa, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, disse que os resultados mostraram que os clientes estão de volta. “Os números demonstram nossa capacidade de reagir rapidamente às mudanças de cenário. A recuperação da economia com o arrefecimento da pandemia trouxe de volta a demanda do cliente para novos negócios, investimentos e serviços”, disse ele.

Segundo o executivo, o balanço foi “mais do que satisfatório” e mostrou resiliência, solidez financeira e capacidade comercial. “São fatores que nos dão condições de superar o cenário desafiador que temos pela frente. Este foi um trimestre de evolução”, acrescentou.

A volta dos clientes aparece na carteira de crédito expandida do Bradesco, que subiu 16,4% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 773,3 bilhões. A alta foi impulsionada pelo crédito a pessoas físicas (avanço de 24,5%) e a micro, pequenas e médias empresas (crescimento de 27,8%). Entre as grandes empresas, o avanço foi de 4,7%. O mesmo padrão de crescimento concentrado em pessoas físicas e PMEs foi registrado também pelo Itaú, que divulgou seu balanço na quarta-feira.

No terceiro trimestre, os ativos totais do Bradesco subiram para R$ 1,72 trilhão, alta de 3,4% em um ano e de 2,6% em um trimestre. O patrimônio líquido do banco somou R$ 147,6 bilhões, avanço de 7,4% em base anual e de 0,8% na trimestral.

OLHANDO ADIANTE. Com o resultado do terceiro trimestre, o Bradesco melhorou as projeções para quatro indicadores em 2021. Na carteira de crédito, a expectativa é de crescimento entre 14,5% e 16,5% neste ano, ante 9% a 13% da estimativa anterior.

Nas receitas de prestação de serviços, o banco agora projeta expansão de 2% a 6% em 2021, contra 1% a 5% previstos anteriormente.

Já a projeção para despesas com provisões para devedores duvidosos, a PDD, é que some entre R$ 13 bilhões e R$ 16 bilhões este ano. O intervalo anterior era de R$ 14 bilhões a R$ 17 bilhões.

Outro indicador que mudou foi o resultado das operações de seguros, previdência e capitalização, que deve ficar em um intervalo que vai de estabilidade a queda de 10%. Antes, a estimativa era de baixa de 15% a 20%.

Empréstimos Avanço da carteira de crédito do banco foi puxado por pessoas físicas e pequenas empresas

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2021-11-05T07:00:00.0000000Z

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