O Estado de S. Paulo

Governo revogará decreto do mercado de carbono e já prepara nova proposta

Ogoverno Lula vai revogar o decreto que criava o mercado regulado de crédito de carbono no Brasil. Segundo fontes, será apresentada uma nova proposta e também o novo desenho para o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima. As entidades setoriais têm até início de junho para apresentar planos e metas sobre emissão de gases de efeito estufa (GEE). A data foi determinada numa portaria que prorrogava o prazo estipulado originalmente pelo decreto de maio de 2022. O texto do governo Bolsonaro estabelecia os procedimentos para a criação dos Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas e do Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Sinare).

Setor privado não enviou planos

O setor privado não enviou os seus planos. “Isso só mostra como o decreto era confuso e ineficiente. O setor privado nem entendeu como seria o futuro mercado regulado. O Sinare foi construído de uma forma ‘mambembe’”, afirmou uma fonte.

Foco é ter harmonia nos dois ambientes

A proposta do governo vai buscar a complementaridade entre os mercados regulado e voluntário de crédito de carbono. “É desejável que os dois convivam em harmonia”, diz a fonte. O governo está engajado e tem em vista os diferentes projetos de lei sobre o assunto que tramitam há anos no Congresso.

• NO VERMELHO. O endividamento dos brasileiros cresceu e se espalhou por diferentes setores da economia: vai dos bancos ao varejo, das faculdades aos provedores de banda larga. Essa é a constatação de um levantamento realizado pela MGC Holding, empresa especializada na recuperação de créditos vencidos.

• CONTÁGIO. Na média, as pessoas inadimplentes têm contas em aberto em 11 lugares diferentes, o que representa um salto em relação aos níveis históricos, de apenas 3 lugares. Isso acontece quando o devedor acumula faturas não pagas de cartões de crédito, empréstimos, boletos de água, luz, internet e afins.

• PIORA. “Houve degradação horrorosa da população economicamente ativa”, ressalta o sócio-diretor da MGC Holdings, Eduardo Martins. “Nunca vi situação tão crítica”. A companhia atua na compra das carteiras de “crédito podre”, que são dívidas vencidas e não pagas. A venda desses ativos é uma alternativa para bancos e empresas receberem ao menos um porcentual do valor original em abertos.

• PORTFÓLIO. A MGC tem carteiras de 47 origens diferentes, que totalizam 34 milhões de CPFs. Na média, esses brasileiros têm dívida de R$ 1,2 mil (que chegaria a R$ 3,5 mil se considerados multa e juros). “Nós pesquisamos o CPF e acabamos encontrando o mesmo devedor em diferentes bancos, varejistas, operadoras de telefonia, faculdade. Tem de tudo”, conta Martins.

• CONSUMO. A consequência • dessa contaminação é o congelamento do poder aquisitivo, uma vez que as pessoas nessa situação já não têm mais crédito aprovado para compras, nem conseguem recorrer a um novo financiamento. Isso ajuda explicar as quedas expressivas nas vendas de carros, eletrodomésticos, materiais de construção e móveis.

• PERSPECTIVA. Martins espera que as ofertas de carteiras de crédito podre em 2023 fiquem em níveis semelhantes aos de 2022. Com cada vez mais dificuldade em se recuperar as dívidas em atraso, porém, as empresas tendem a puxar para baixo o valor a pagar por essas carteiras e ser mais seletivas na análise.

• QUASE LÁ. A Sompo espera que saia até julho o aval dos reguladores para concluir a venda da carteira de varejo para a HDI. O negócio foi anunciado em 2022 e envolve valores superiores a R$ 1 bilhão.

ECONOMIA & NEGÓCIOS

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2023-05-21T07:00:00.0000000Z

2023-05-21T07:00:00.0000000Z

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