A rotina dos superusuários de IA
Exemplos de uso da tecnologia na prática
• WP ESTE CONTEÚDO FOI TRADUZIDO COM O AUXÍLIO DE FERRAMENTAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E REVISADO POR NOSSA EQUIPE EDITORIAL.
Lisa Ross é um pouco tecnológica, um pouco nerd e um pouco analítica demais. Portanto, poder usar inteligência artificial (IA) no trabalho não poderia ter sido um prêmio mais tentador. Lisa, que tem transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), diz que mais do que dobrou sua produtividade ao usar a IA para quase tudo: criar conteúdo usando estruturas específicas, preparar-se para conversas difíceis, ajudar no planejamento estratégico e de projetos e determinar o impacto.
Vice-presidente da Avenue, empresa de treinamento corporativo sediada no Canadá, Lisa usa IA até mesmo para ajudar a criar bots personalizados para tarefas futuras.
Muitos trabalhadores estão se tornando “superusuários” de IA. Eles recorrem à tecnologia diariamente para aprender habilidades, analisar grandes conjuntos de dados, avaliar candidatos a empregos e até mesmo programar outros bots para ajudá-los em tarefas repetitivas, como a criação de cursos online. Os trabalhadores afirmam que as ferramentas de IA – como o ChatGPT da OpenAI, o Microsoft Copilot e outros chatbots alimentados por grandes modelos de linguagem – os ajudam a aumentar a eficiência e a confiança no trabalho e a ganhar tempo. Mas aqueles que estão familiarizados com a tecnologia dizem que também se preocupam com a privacidade, as imprecisões, a perda de habilidades e até mesmo a possibilidade de perda de empregos.
A adoção da IA no trabalho ainda é relativamente inicial. Cerca de 67% dos funcionários dizem que nunca usam IA no trabalho, em comparação com 4% que dizem usá-la diariamente, de acordo com uma pesquisa recente da Gallup. Mas aqueles que a utilizam veem benefícios em produtividade, eficiência, criatividade e inovação, segundo a pesquisa.
“Estou completamente obcecada”, diz Lisa. “Há tanto para aprender, estou vivendo nesse espaço e simplesmente adoro isso.”
Para alguns trabalhadores, a IA não apenas economiza tempo, mas também os ajuda a desenvolver habilidades. Ilker Erkut, assistente de operações administrativas da Universidade de Maryland, aprendeu isso rapidamente depois que aplicou a IA em seu trabalho pela primeira vez. Ele tinha apenas cinco horas para resumir temas de um livro que um executivo precisava para uma discussão. Em vez de folhear os textos o mais rápido que podia, ele recorreu ao ChatGPT e terminou em duas horas e meia.
Agora, Erkut usa a IA todos os dias para aprender fórmulas complexas do Excel e criar planilhas que podem fazer pesquisas, rastrear e analisar chamadas de atendimento ao cliente. Ele a utiliza para fazer brainstorming, editar e criar gráficos personalizados, algo que, segundo ele, não tinha confiança para fazer sozinho. Ele economiza cerca de 15 horas por semana, o que lhe permite ser voluntário em outros projetos. “Minha criatividade é maior porque estou me concentrando nas áreas em que quero usar meu próprio cérebro”, diz o jovem de 26 anos.
Kanika Khurana também acha que a IA economiza tempo. A ex-diretora de design da ProCreator, uma agência de design em Mumbai, na Índia, usa a IA para pesquisas, para ajudar a redigir atas de reuniões a partir de transcrições geradas por IA e para resumir suas ideias ditadas após entrevistas com candidatos a emprego.
Sua equipe também criou bots personalizados que podem ajudar outros colegas, especialmente os mais jovens, a criar conteúdo para clientes usando linguagem e voz específicas e atendendo a públicos-alvo. “Tenho pouco tempo e muitas vezes preciso fazer várias entrevistas (com candidatos).”
A maioria dos superusuários diz que verifica os fatos que a IA produz. Becca Chambers, ex-diretora de comunicações da ControlUp, empresa sediada na Flórida que ajuda a gerenciar os problemas tecnológicos dos funcionários, disse que usa o mecanismo de busca de IA Perplexity para verificar as respostas porque ele fornece links para as fontes. Apesar de eventuais falhas, ela usa a IA para quase todas as tarefas de trabalho, desde decifrar anotações taquigráficas até transcrever podcasts, ajustar o tom dos e-mails, verificar a gramática e identificar e legendar videoclipes. “Descobri uma maneira de mascarar minha neurodivergência”, disse Becca, que tem TDAH.
Ela até criou um bot BeccaGPT, que treinou com um ano de seus textos e podcasts, para ajudar a fazer brainstorming e editar conteúdo para mídias sociais usando sua voz.
PROBLEMAS. Além de introduzir erros, a IA pode causar outros problemas se os funcionários não forem cuidadosos, dizem os especialistas. Eles devem evitar inserir informações confidenciais em ferramentas que não tenham medidas de segurança de nível empresarial adequadas. Eles podem acabar roubando ideias ou informações de outras pessoas. A IA pode introduzir preconceitos de forma não intencional. E, se os funcionários confiarem demais na IA, eles podem perder o aprendizado de habilidades ou correr o risco de perder as habilidades que já possuem, disse Arvind Karunakaran, professor assistente do Center for Work, Technology, and Organization da Universidade Stanford.
Embora a maioria dos superusuários ainda não se sinta à vontade com a IA não supervisionada, alguns líderes do setor acreditam que a IA autônoma é o futuro. Em recente conferência da Salesforce, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, sugeriu que “o trabalho será feito antes que você pense nele”.
“Acho que os humanos nem sempre estarão no comando”, disse Kate Jensen, diretora de receita da Anthropic. “Temos de nos acostumar com a ideia de a IA realizar tarefas.”
Minoria Apenas 4% das pessoas usam IA diariamente no trabalho; 67% declaram que não a utilizam
“Estou completamente obcecada. Há tanto para aprender, estou vivendo nesse espaço e simplesmente adoro isso”
Lisa Ross Vice-presidente da Avenue, empresa de treinamento corporativo sediada no Canadá
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2024-11-17T08:00:00.0000000Z
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