O Estado de S. Paulo

Governo sobe projeção para PIB do ano e baixa estimativa de inflação

EDUARDO RODRIGUES ANTONIO TEMÓTEO

O Ministério da Economia voltou a aumentar seu otimismo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e reduziu a estimativa para a inflação em 2022. Para o próximo ano, a pasta manteve as premissas em um nível superior ao do mercado, assim como previu inflação mais baixa do que a projetada pelos economistas consultados pelo Banco Central (leia mais na pág. B4).

De acordo com a grade de parâmetros divulgada ontem pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade em 2022 passou de 2% para 2,70%.

De acordo com o Boletim Macrofiscal, o aumento na projeção se deve principalmente ao resultado do segundo trimestre do PIB, superior ao estimado, e à tendência positiva dos indicadores já divulgados para o terceiro semestre.

“O crescimento da atividade é reflexo do aumento do emprego, do desempenho do setor de serviços e da elevação da taxa de investimento”, afirmou o Ministério da Economia, que manteve as estimativas de crescimento de 2023, 2024, 2025 e 2026: todas em 2,50%.

O chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do ministério, Rogério Boueri, afirmou que a estimativa maior para o crescimento em 2022 decorre do comportamento do mercado de trabalho, do setor de serviços e do aumento dos investimentos. Segundo Boueri, a equipe econômica teria subestimado a atividade econômica nos últimos meses, assim como o mercado. “Não é correto afirmar que a Economia tem sido otimista, também subestimamos a atividade”, disse. Na mesma linha, o secretário de Política Econômica do ministério, Pedro Calhman, afirmou que o PIB tem surpreendido tanto o mercado quanto o governo.

Contraste Para 2023, ministério projeta crescimento de 2,7%, enquanto Boletim Focus estima só 0,5%

INFLAÇÃO. Para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022, o ministério ainda revisou para baixo sua projeção: de 7,20% para 6,30%. Para 2023, a projeção seguiu em 4,50%.

Já os analistas de mercado consultados pelo Banco Central, no mais recente relatório Focus, haviam estimado, para o IPCA, alta de 6,40%, em 2022, e de 5,17% em 2023.

Para o PIB, os analistas haviam previsto no Focus alta de 2,39%, em 2022, e de apenas 0,50% em 2023. As estimativas de mercado para os anos de 2024 e 2025 estão em 1,80% e 2%, respectivamente. •

ECONOMIA & NEGÓCIOS

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2022-09-16T07:00:00.0000000Z

2022-09-16T07:00:00.0000000Z

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