O Estado de S. Paulo

Inteligência artificial: inovação a nosso serviço

Em tempos de mudanças aceleradas, falar de inovação é mais essencial do que nunca. Ainda mais fundamental do que entender as aplicações de tecnologias é compreender a razão de ser de qualquer inovação: melhorar a vida de nós, seres humanos. Nesse contexto, a inteligência artificial generativa (IAG), por exemplo, é uma ferramenta poderosíssima, com um potencial enorme.

A IAG vai transformar a maneira como trabalhamos, produzimos, vivemos e nos relacionamos com o mundo. Imagine, por exemplo, uma empresa onde os colaboradores, em vez de desperdiçarem horas em tarefas repetitivas e burocráticas, utilizam a IAG para automatizá-las e passam a usar seu tempo para executar outras tarefas mais interessantes. Imagine a equipe, agora, focada em atividades estratégicas e criativas, que exigem habilidades genuinamente humanas. Imaginou o tempo livre gerado pela otimização de processos e os ganhos de resultados? Esse tempo recuperado também pode ser dedicado ao lazer, ao convívio familiar, ao autocuidado, a simplesmente "ser" e não apenas “fazer".

As possibilidades são infinitas: potencializar a criatividade, fornecer insights e análises que direcionam a tomada de decisão, otimizar o uso de recursos, reduzir custos, aumentar a produtividade, gerar impacto positivo não só na lucratividade e qualidade de produtos e serviços, mas também na qualidade de vida das pessoas... Imagine um ambiente de trabalho onde a IAG auxilia na gestão de tarefas, otimiza o tempo e permite que os colaboradores se concentrem em projetos mais desafiadores e inspiradores, um ambiente onde a tecnologia alivia o peso do trabalho repetitivo e abre espaço para o potencial humano florescer.

Em outras palavras, imagine que a IAG fará com o trabalho intelectual o que as máquinas fizeram com o trabalho físico. As primeiras máquinas movidas a energia, particularmente vapor e carvão, literalmente levaram ao fim da escravidão. Como elas eram mais eficientes e baratas do que o trabalho dos escravos, felizmente, não fazia mais sentido manter aquela forma de trabalho. Desde então, a força humana vem sendo substituída por outras formas de energia mais eficientes e menos onerosas a nós, humanos. A IAG fará o mesmo com relação ao trabalho intelectual e nossa “escravidão” em relação a processos repetitivos e pouco criativos, que não agregam à nossa humanidade.

Em outras palavras, inovações podem e devem substituir ou extinguir atividades humanas, mas jamais a essência do ser humano. As habilidades interpessoais, a criatividade, a empatia, a capacidade de pensar com consciência e de lidar com dilemas éticos vão se tornar ainda mais importantes.

No final, qualquer inovação só faz sentido se estiver a serviço do ser humano. Se não contribuir para a construção de um futuro mais próspero, equilibrado e feliz, ela não serve. A tecnologia, por mais disruptiva que seja, é apenas um meio para alcançarmos um fim. E o fim sempre será o bem-estar humano.

O maior impacto transformacional da IAG estará na criação de um mundo onde as pessoas terão mais tempo, energia e foco para se dedicar ao que realmente importa para elas: seus sonhos, suas paixões, seus relacionamentos. Muito trabalho deixará de existir… e isso é ótimo. A tecnologia vem, novamente, para nos libertar de trabalho alienante e expandir nosso potencial. Inovação tem de estar sempre a serviço do humano, nunca o contrário.

Inovações podem e devem substituir ou extinguir atividades humanas, mas jamais a essência do ser humano

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2024-08-21T07:00:00.0000000Z

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