RenovaBio ainda enfrenta divergência quanto a metas
Embora já tenha sido aprovada, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) tem de ser regulamentada e é aí que surgem as divergências no setor. O governo propõe a redução de 10% nas emissões de carbono pela matriz de combustíveis do País até o fim da década. As distribuidoras de combustíveis e o setor de petróleo, por sua vez, defendem o porcentual de 4% e sustentam que os produtores de biocombustíveis não conseguem atingir a meta sugerida. Já os produtores de etanol e biodiesel garantiram ter capacidade de ampliar a oferta para atender a qualquer alta na demanda e pediram a elevação na meta para 12%. » Estou fora. O setor de aviação, que teria de aumentar o uso de bioquerosene, combustível não produzido no Brasil, pediu para ser excluído da nova política setorial. A Petrobrás surpreendeu e informou que se o setor de renováveis continuar atrativo vai ampliar o uso de óleos vegetais na mistura durante o processo de refino de petróleo. Os produtores de biodiesel pediram adição do combustível ao diesel dos 15% propostos para 20%. O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis foi contra e defendeu a manutenção dos atuais 10%.
» Saindo do forno. Os Ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Planejamento correm para finalizar, até quinta-feira, os detalhes para o Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019. As regras para o financiamento precisam ser avaliadas pelo Conselho Monetário Nacional, que sempre se reúne na última quinta-feira do mês. No entanto, em maio, a data será feriado de Corpus Christi e o encontro pode ser antecipado. “Trabalhamos para que o plano seja lançado na primeira semana de junho. Se não for possível a aprovação, o CMN pode fazer alguma reunião extraordinária”, diz Wilson Vaz de Araújo, secretário de Política Agrícola da Agricultura. » É hora. A BrasilAgro pretende vender terras este ano, conta à coluna André Guillaumon, diretor presidente. O momento é oportuno: o ativo deve se valorizar acima da inflação. O grupo tem 11 fazendas no Brasil e no Paraguai e as terras passíveis de serem ofertadas estão no Centro-Oeste e no Nordeste brasileiros. A alta da soja impulsiona os preços das propriedades rurais. Guillaumon diz que, mais capitalizados com a comercialização da oleaginosa, produtores devem expandir o cultivo. Do total de 225,8 mil hectares de terras da BrasilAgro, 30% são altamente produtivos e passíveis de venda.
» Doces lucros. A BrasilAgro também quer aumentar a produtividade dos canaviais em fazenda do Maranhão. Em três anos o plano é colher de 90 a 100 toneladas por hectare, ante as atuais 65 a 70 toneladas. O salto deve garantir uma colheita de 2,1 milhões de toneladas por safra, ante 1,8 milhão de toneladas hoje.
» Corrida. Produtores de milho estão aproveitando os preços remuneradores para vender antecipadamente volumes maiores da safra que será colhida no inverno de 2019. O montante já comprometido para entrega futura supera o observado em maio de outros anos, dizem corretores de Mato Grosso. “Os preços estão bons e quem aproveitar o dólar em alta vai ganhar muito dinheiro”, avalia um deles.
» Bons negócios. O cenário favorável também anima fabricantes de fertilizantes. A Heringer projeta um consumo recorde do insumo no Brasil, de 35 milhões de toneladas, 2% acima do total de 2017. Já a Yara prevê 1% a3% mais entregas. Além dos preços em alta da soja e do milho, o dólar forte também contribui para as exportações dessas commodities. Em abril, agricultores já consumiram 25% mais adubo ante igual mês de 2017, segundo a associação nacional do setor (Anda).
» Retorno. A Monsanto acaba de reativar o fundo de apoio a pesquisas da Embrapa, conta Geraldo Berger, diretor de Regulamentação da empresa. Até 2019 nove projetos de seis unidades da Embrapa contarão com um total R$ 3 milhões, que vêm de royalties pagos por produtores na compra de sementes de soja Intacta RR2 PRO. Entre 2007 e 2012, o fundo destinou R$ 36 milhões para 51 projetos da Embrapa, custeado por royalties de outra soja transgênica, a Roundup Ready.
» Pulverizado. Berger diz que nem todas as pesquisas são de interesse particular da Monsanto, apesar de a companhia ter prioridade para licenciar as soluções resultantes dos estudos. Celso Moretti, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, enfatiza a relevância das parcerias: “Até maio firmamos 50 acordos internacionais e 1,8 mil nacionais com empresas e instituições”. No mercado, há grande expectativa em relação à pesquisa cujo foco é aumentar a resistência da soja ao fungo causador da ferrugem, a principal doença da oleaginosa.
» Bumba meu boi. A festa brasileira em Paris, hoje, para comemorar a conquista do certificado de país livre de febre aftosa com vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal, terá um churrasco para 250 convidados e a apresentação de grupos do Festival Folclórico de Parintins (PA). O evento será bancado por associações da indústria de carne e pela Apex-Brasil. O certificado será entregue na quinta-feira.
Economia
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2018-05-21T07:00:00.0000000Z
2018-05-21T07:00:00.0000000Z
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