O Estado de S. Paulo

De olho na eleição, Senado deve segurar reforma tributária

DANIEL WETERMAN

O Senado deve enterrar a reforma tributária para evitar perdas em ano eleitoral, de acordo com líderes da Casa. O movimento ficou mais explícito ontem, quando senadores deixaram de registrar presença na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e impediram a votação no colegiado.

A proposta foi adotada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas nos bastidores ele admite não ter votos para aprovar a medida. Parlamentares dizem que, mesmo se o texto passar no Senado, não há chances de votação na Câmara.

De forma geral, senadores resistem à reforma diante do temor de perdas na arrecadação de Estados e municípios e do impacto em setores como o de serviços. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110/2019 cria um Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) Dual para unificar impostos federais e um imposto único de Estados e municípios. A maior resistência vem das regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste. Senadores do Amazonas temem perdas para o Estado, por causa da Zona Franca de Manaus, área que produz mais do que consome. Prefeitos de capitais e de outras grandes cidades são contra unificar o Imposto Sobre Serviços (ISS), principal fonte de arrecadação desses municípios, com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos Estados. •

ECONOMIA&NEGÓCIOS

pt-br

2022-04-07T07:00:00.0000000Z

2022-04-07T07:00:00.0000000Z

https://digital.estadao.com.br/article/281968906213111

O Estado