O Estado de S. Paulo

Trabalhadores terão de aprender a conviver com IA, dizem executivos

Na Futurecom, executivos dizem que empresas têm de orientar trabalhadores para conseguir mais benefícios de ferramenta

RODRIGO LOUREIRO ESPECIAL PARA O ESTADÃO

Para obter mais benefícios da inteligência artificial, empresas precisam capacitar funcionários.

A inteligência artificial (IA) talvez tire o emprego de alguns profissionais, mas os trabalhadores

não terão escolha e precisarão aprender a conviver com a tecnologia para ter mais chances no mercado. É o que disseram executivos de grandes empresas que participaram da Futurecom, um dos principais encontros de tecnologia da América Latina, que ocorreu no Expo São Paulo. O Estadão foi a mídia oficial do evento, que ocorreu entre os dias 8 e 10 deste mês e teve a participação de pelo menos 33 mil pessoas.

Conforme os executivos

de Claro, Volkswagen, Intel, Deloitte e Bain & Company, a necessidade de aprender a usar ferramentas de IA também é uma demanda das empresas, que querem extrair todo o potencial que a tecnologia pode proporcionar.

Para Rodrigo Assad, diretor de inovações do BeOn, braço de inovação da Claro, é preciso entender que a IA não fará milagres se não for operada de forma correta. “Inteligência artificial não é magia, é tecnologia”,

disse. Segundo ele, a própria operadora precisou aprender a usar as novas ferramentas, ao implementar ajustes nos processos. “Vimos que alguns casos de uso não fechavam em termos de retorno sobre o investimento”, afirmou.

Ter um bom entendimento do negócio é outro conselho dos especialistas para que a tecnologia seja aproveitada em todo o seu potencial. “As áreas (da companhia) precisam entender que não é um desafio de tecnologia. Os modelos de gestão precisam ser adequados”, disse Mariana Zaparolli, da Bain & Company, empresa americana de consultoria de gestão.

Na opinião de Cristina Cestari, chief information officer (CIO) da Volkswagen no Brasil, o grande desafio para impulsionar a inteligência artificial está na gestão dos dados. Segundo ela, orientar os profissionais a treinar a ferramenta é fundamental para que a tecnologia esteja adequada às demandas da companhia.

“Cada gestor precisa entender onde vai ser mais benéfico essa aplicabilidade (da inteligência artificial)”, afirmou Cristina. “Se a gente não ensinar a geração atual a usar IA, não vai ser o setor de TI sozinho que vai fazer isso.”

PRODUTIVIDADE. Para Roberto Corrêa, especialista em telecomunicações da Intel Brasil, as empresas terão ganho de produtividade com o uso adequado da nova tecnologia. “É preciso saber o que fazer e como utilizar as ferramentas sem perder qualidade”, disse.

Na visão de Corrêa, isso pode ser feito por meio da união de forças entre os trabalhadores e os computadores. “A inteligência artificial não vai entregar um trabalho de mais qualidade do que um usuário que usar a tecnologia”, afirmou. “Mas as pessoas que não utilizarem inteligência artificial vão se tornar improdutivas.”

Outro desafio está ligado ao uso em escala da ferramenta. Para Andrey Camargo, da Deloitte, é preciso fazer isso de formaescalonada.“Vocênãoprecisa fazer tudo de uma só vez.”

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2024-10-15T07:00:00.0000000Z

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