O Estado de S. Paulo

Narrador da finalíssima, Luís Roberto gasta dias em análise prévia ao jogo

Longa preparação passa por apurar detalhes sobre cada atleta e os treinadores de São Paulo e Flamengo

TONI ASSIS

A finalíssima da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo, amanhã, terá a exibição da Globo para TV aberta e a narração de Luís Roberto. Para quem o jogo começa bem antes. Até abrir a transmissão, cerca de 20 minutos antes do início da partida, o narrador terá feito uma preparação extensa, que vai da busca de informações sobre os clubes a detalhes de cada jogador.

A narração de um jogo, como de qualquer evento, seja esportivo ou não, exige mais do que uma boa voz e um ritmo. O processo de preparação passa também pela situação de cada atleta, dos treinadores, entendimento do contexto e vários outros detalhes sobre os quais o narrador tem de ter conhecimento para bem informar o telespectador.

Luís Roberto diz que esse “pré-jogo” é uma atividade intensa. “Gasto muito tempo me preparando para um jogo. Temos de saber tudo. Você usa 3%, 4% do que tem de preparação. Além disso, tem de falar com os assessores de imprensa, se possível com os treinadores, com os companheiros, repórteres setoristas”, conta, enfatizando que a narração esportiva, nos dias atuais, também precisa ter leveza.

Luís Roberto tornou-se o principal locutor esportivo da emissora com a retirada de Galvão Bueno. Narra os maiores jogos de clubes e também tem sido o titular nas partidas da seleção brasileira. Para se comunicar com o público, se vale de seu jeito sincero e bordões que “pegaram” facilmente.

“Passamos o tempo inteiro tentando nos reinventar e, no meu caso, que sou um profissional de comunicação, busco a melhor conexão com as pessoas. Observo detalhes como linguagem, forma e o tom que são mais eficientes (para interagir com o público/torcedor)”, disse ao Estadão. “Acredito que ser um ‘caipira do interior’ aproxima. Eu gosto de pessoas, gosto de gente, isso faz com que essa proximidade (com o público) pareça mesmo íntima.”

Luís Roberto diz ter aprendido com todos os grandes narradores do País. Para ele, não basta ser apenas um bom narrador. Ele entende que é preciso ser um jornalista, um “cara da comunicação”, para saber como tocar as pessoas, como lidar com os diferentes públicos, diversos, ecléticos, multifacetados.

PÉS NO CHÃO.

Ser considerado o sucessor de Galvão não mexe com ele. “Eu lido com muita serenidade. Acho que a vida tem um ciclo natural. Galvão é uma lenda da televisão brasileira, insubstituível, que vai estar sempre ali como um norte por tudo o que fez na TV. Do meu lado, eu construí uma vida profissional com muita entrega, dedicação e comprometimento. Espero entregar o que as pessoas esperam que seja bacana, divertido e emocionante”, diz Luís Roberto, que narra várias modalidades esportivas e apresentou desfiles de carnaval por quase uma década. •

ESPORTES UMA BOA HISTÓRIA

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2023-09-23T07:00:00.0000000Z

2023-09-23T07:00:00.0000000Z

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