Em junho, uma estudante de 16 anos de idade estava procurando fósseis na fazenda de sua família, no Alabama, Estados Unidos, quando encontrou um crânio de baleia com idade estimada em 34 milhões de anos.

Lindsey Stallworth, aluna do primeiro ano da Escola de Matemática e Ciências do Alabama, foi à fazenda onde sua família planta árvores para produzir madeira, no condado de Monroe, acompanhada de seu professor de Ciências,

Drew Gentry. O objetivo deles era encontrar mais dentes fossilizados de tubarão, como os que Lindsey já havia levado para uma aula de Biologia no ano passado.

FRAGMENTOS DE OSSOS. Já estavam procurando fósseis havia horas quando Gentry perguntou se Lindsey tinha visto alguns pequenos fragmentos de ossos na encosta. Eles caminharam, então, até a parte de cima de uma colina, onde encontraram pedaços maiores e cavaram mais.

Em vez dos dentes de tubarão que procuravam, a aluna e o professor encontraram o crânio de uma baleia. Posteriormente, buscaram informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos e do Serviço Geológico do Alabama e, com base nelas, puderam concluir que o crânio encontrado tem aproximadamente 34 milhões de anos. Nessa época, muitas baleias nadavam nos mares que então cobriam a maior parte do sul da região onde fica hoje o Alabama.

‘ALGO MUITO MAIOR’ “Encontramos algo muito maior do que pretendíamos encontrar”, disse o professor Gentry, de 38 anos, ao jornal The Washington Post. “Fiquei lá por dois minutos olhando para ele (o crânio de baleia), pensando: ‘O que realmente encontramos?’”, afirmou a adolescente. “Fiquei muito, muito entusiasmada, mas também confusa, pois foi minha primeira experiência em Paleontologia. É realmente difícil compreender algo que tem tantos milhões de anos, mas começou a fazer mais sentido quando começamos a remover a sujeira e vimos como seria a aparência do crânio”, disse ela.

O crânio encontrado é de uma baleia com tamanho estimado entre 4,5 m e 6 m, que aparenta ser uma parente menor da Basilosaurus cetoides, antiga espécie de baleia que podia medir de 15 m a 18 m, que é o fóssil oficial do Estado do Alabama, diz o professor Gentry, referindo-se a ossos da baleia primitiva descobertos na região no século 19. O professor também afirma que o crânio pode ainda ter relação com a Zygorhiza, espécie menor e menos conhecida de baleia que também habitou o Alabama, a Louisiana e o Mississippi.

O trabalho para retirar o crânio do solo envolveu escavações diárias de 10 a 12 horas e limpeza do material, em dias de verão que ultrapassavam 40 °C. O processo durou um mês. O fóssil se encontra agora na Alabama School of Mathematics and Science (escola de Matemática e Ciência do Alabama, em livre tradução). •