BSCA prevê repetir em 2025 aumento de 30% na exportação de cafés especiais
Osegmento de cafés especiais no Brasil comemora o desempenho 30% maior nas exportações em 2024, com receita de US$ 2,15 bilhões até novembro. Para 2025 prevê avançar mais 30%. O crescimento para mais de 10 milhões de sacas exportadas será puxado por China e Oriente Médio, projeta Vinicius Estrela, diretor executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). Ele diz que os chineses apreciam bebidas à base de café e o Oriente Médio, café puro. Para o gigante asiático, os embarques devem alcançar entre 120 mil e 150 mil sacas. Ao bloco de maioria árabe, a projeção é de vendas de ao menos 500 mil sacas. “O consumo de cafés especiais nessas regiões vem crescendo de forma consistente, na base de 30% ao ano”, informa Estrela.
• TERMINAL DE PESO. A trading chinesa Cofco acelera a construção de seu principal ativo no Brasil: o terminal STS-11 no Porto de Santos. Com investimento de US$ 285 milhões, o projeto concentrará todas as cargas da trading chinesa - hoje a exportação ocorre por vários portos. A capacidade em Santos será de operar 14 milhões de toneladas por ano a partir de 2025. “Por sua magnitude, terá grande impacto para a companhia”, diz Luiz Noto, CEO da divisão de Grãos e Oleaginosas da Cofco no Brasil.
• RASTREABILIDADE.. A Cofco avança em sua estratégia de soja livre de desmatamento com embarques pioneiros para Europa e Ásia. Após enviar farelo de soja rastreado para a Irlanda, atendendo às exigências da União Europeia, a trading já realizou duas remessas de soja livre de desmatamento para a China. A meta é alcançar uma cadeia de suprimentos 100% sustentável até 2025. A empresa passou a segregar volumes certificados desde a origem até a distribuição.
• APROVEITAMENTO. Os ganhos para a trading também vêm da rotação de culturas entre canade-açúcar e soja em São Paulo. Com a técnica, que reduz o uso de fertilizantes sintéticos, a empresa colhe 60 sacas de soja por hectare, superando a média nacional de 55 sacas. A produção aumentou 10% em cinco anos e alcança 44.350 toneladas/ano. “Usar formas naturais para fertilizar o solo gera ainda mais valor para o negócio”.
• MAIS VERDE. A re.green, empresa de reflorestamento, e a Agro Penido vão restaurar 600 hectares de terras com espécies nativas da Amazônia. As áreas restauradas integram as fazendas Pioneira e Darro, propriedades agropecuárias da Agro Penido em Querência (MT). A re.green aposta nas parcerias com propriedades rurais para dar escala à restauração e à diversificação de receitas das áreas, diz Tiago Picolo, o CEO. “Testamos nosso modelo em áreas próprias e estamos prontos para trabalhar com a mesma qualidade de execução nas áreas dos parceiros”, conta.
• SUSTENTÁVEL. As propriedades, localizadas entre o Parque Xingu e a Bacia do Rio Araguaia, já possuem 42,5 mil hectares de reserva. Segundo Picolo, as florestas serão plantadas em áreas marginais das fazendas, entre lavouras e áreas de preservação permanente. O proprietário rural é remunerado por meio de créditos de carbono. “Espero que outros produtores estudem seus planos de negócios considerando o crédito de carbono como uma nova commodity”, diz Caio Penido, um dos proprietários da Agro Penido.
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2025-01-13T08:00:00.0000000Z
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