O Estado de S. Paulo

SUS incorpora novo remédio que facilita o tratamento de HIV

Medicamento Dovato é combinação de dois retrovirais; diferença é que o paciente pode tomar apenas um comprimido por dia

GIOVANNA CASTRO

Um novo medicamento que será incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) pode facilitar a vida das pessoas que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Chamado Dovato, o remédio combina dois antirretrovirais já disponibilizados no SUS e utilizados no tratamento contra o vírus – o Dolutegravir e o Lamivudina. A diferença é que agora os pacientes poderão tomar um único comprimido por dia.

“Estamos em fase final de licitação e a distribuição aos Estados deve começar até dezembro. A coformulação dos dois medicamentos já incorporados representa um aprimoramento dos protocolos já existentes”, disse o Ministério da Saúde ao Estadão.

De acordo com a pasta, a novidade deve ajudar na adesão ao tratamento, já que ficará mais fácil fazê-lo no dia a dia, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas que são portadoras do HIV. O tratamento exige que os pacientes tomem o Dolutegravir e o Lamivudina diariamente.

O HIV é o vírus causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), doença que ataca o sistema imunológico, tornando o corpo da pessoa suscetível a uma série de doenças e complicações.

Apesar de não haver cura para a Aids nem um método para expulsar o HIV do corpo, o tratamento com antirretrovirais garante estabilidade ao vírus, evitando o aparecimento da doença ou retardando significativamente o seu progresso, prevenindo infecções secundárias e complicações.

Disponibilidade Licitação está em fase final e distribuição do remédio aos Estados deve começar até dezembro

Com o tratamento que é disponibilizado hoje pelo SUS, de uso diário dos antirretrovirais, ao contrário do que ocorria nos anos 1980 e 1990, quando o mundo viu uma epidemia da Aids, muitas pessoas com HIV não chegam a desenvolver a doença, ou, quando desenvolvem, convivem com ela sem grandes agravamentos.

INJETÁVEL. Em junho, a Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenção do HIV no Brasil, o Cabotegravir, mais uma opção de profilaxia pré-exposição (PreP), ou seja, uso contínuo de medicamentos antirretrovirais para quem tem maior risco de contaminação. A autorização foi dada à empresa GSK (GlaxoSmithKline). A principal diferença em relação aos outros remédios está em sua ação prolongada, com redução da necessidade de doses.

Basicamente, aplica-se uma injeção intramuscular na região dos glúteos, com as duas doses iniciais tendo entre elas um intervalo de quatro semanas, e depois uma dose a cada oito semanas. Ou seja, em vez de 365 doses anuais, seriam somente seis. Conforme a GSK informou em 2020, após testes, a eficácia do novo método seria 69% maior em relação aos medicamentos de uso oral e diário.l

METRÓPOLE

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2023-07-22T07:00:00.0000000Z

2023-07-22T07:00:00.0000000Z

https://digital.estadao.com.br/article/281917367565741

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