Brasil chega a 88 grupos em cadeias; só SP tem facção única, o PCC
Análise anterior tinha 72 facções; Bahia é o Estado com a maior divisão e organizações regionais são as que mais elevam violência
GUILHERME CAETANO
Na Bahia, Estado com maior divisão, grupos regionais são os mais violentos. Na análise anterior, País tinha 72 facções.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), mapeou 88 organizações criminosas atuando nos presídios brasileiros. O levantamento interno da pasta, ao qual o Estadão teve acesso, abrange o período desde o fim de 2022 até hoje. Mapeamento anterior havia identificado 72 facções no sistema carcerário, conforme revelou o Estadão em março.
Há a estimativa, porém, de que o número de facções possa ser maior do que cem. O governo define organização criminosa (orcrim) como grupo que se reúne com trajetória delitiva e funciona com organização de atividades ilícitas.
“A sua conformação é hierárquica e permanente, com liderança estável que se impõe por meio da força e/ou da habilidade criminal. Tais grupos visam ao enriquecimento ilícito e o prestígio. Atuam com tráfico de entorpecentes, contrabando e o descaminho, o furto e o roubo de veículos, de cargas e de carros-fortes, o roubo a banco e a outras instituições financeiras”, diz o documento oficial da Senappen. O Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), no Rio, são as únicas com a abrangência nacional, “o ápice das organizações criminosas”. Seus negócios afetam todos os países vizinhos. Elas fornecem armas e drogas e seus membros precisam pagar contribuições mensais para fazer parte do grupo.
As autoridades classificam essas organizações em quatro grupos, de acordo com a área de amplitude de atuação: iniciais; locais; regionais; e nacional ou facção. As facções regionais têm maior expansão e são as que mais elevam os índices de violência. A Bahia surge como o Estado com a maior proliferação dessas organizações criminosas dentro do sistema penitenciário: 21.
SP. São Paulo é a única unidade da federação com monopólio do crime — o PCC. Estimativas do Ministério Público paulista apontam que a facção fature US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) por ano. •
Análise incompleta
Há a estimativa do governo, porém, de que o número de facções possa ser maior do que cem
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2024-09-10T07:00:00.0000000Z
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