O Estado de S. Paulo

Ganhadores destacam o valor da educação

Arnaldo Niskier e Laura Laganá foram homenageados em cerimônia; premiação é iniciativa do CIEE e do Grupo Estado

RENATA CAFARDO

Elogio Vahan Agopyan destacou os ganhadores como ‘duas referências nacionais’ nessa área

Vencedora do Prêmio Guerreiro da Educação

“Esse prêmio vem coroar o trabalho de milhares de educadores, que não medem esforços, trabalham incansavelmente, enxergam em cada aluno, em cada sala de aula, a oportunidade de fazer a diferença numa sociedade que é tão desigual e muito pouco inclusiva”

Os vencedores deste ano do Prêmio Professor Emérito – Troféu Guerreiro da Educação Ruy Mesquita destacaram a importância da educação para o desenvolvimento do País e dos cidadãos. “Não tenho dúvida nenhuma de que a educação é o fator primordial para que o jovem se encontre na vida, para que ele tenha condições de uma sobrevivência digna”, disse o escritor, filósofo, historiador e pedagogo Arnaldo Niskier, o homenageado da 27.ª edição do Prêmio Professor Emérito, entregue ontem.

A diretora superintendente do Centro Paula Souza, Laura Laganá, foi a vencedora do Prêmio Guerreiro da Educação. Desde o ano passado, a premiação foi dividida em duas categorias. As homenagens são uma iniciativa do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em parceria com o Grupo Estado. Desde 1997, são premiadas personalidades que contribuem para melhorar a educação brasileira.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, Vahan Agopyan, vencedor do ano passado e presente à cerimônia desta terça-feira, disse em seu discurso que Niskier e Laura são “duas referências nacionais quando se fala em educação”. Destacou a importância da homenageada no processo de ampliação do ensino profissional e técnico em

São Paulo, que tem hoje 330 mil alunos, “mantendo e até aumentando a qualidade”. “E tudo o que eu disser sobre Arnaldo Niskier não será suficiente”, completou. Ele lembrou suas carreiras como jornalista e escritor e sua contribuição para a formulação de políticas públicas educacionais.

Niskier foi secretário de Educação

no Rio e integrou os conselhos estadual e nacional de educação. É membro da Academia Brasileira de Letras desde 1984, onde foi duas vezes presidente, e professor aposentado de História e Filosofia da Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). “Todas as atividades centradas na preocupação com educação. Que bom seria se tivéssemos dezenas de professores Niskier, a educação seria melhor e a sociedade teria uma vida mais digna.”

Em seu discurso de agradecimento, Niskier, bem humorado, disse que desistiria das “12 laudas” que havia escrito depois de ouvir tantas palavras bonitas. Afirmou que “ser homenageado por um jornal do porte, da importância e tradição do Estadão é uma glória infinita” e expressou “sua profunda gratidão” ao CIEE.

Aos 89 anos, ele reforçou a importância da tecnologia hoje na formação dos professores, que acredita que precisa ser modernizada. “Hoje nós temos de pensar nessa tecnologia, na inteligência artificial, porque ela é revolucionária e veio para ficar. Claro que tem também seus defeitos, como as alucinações, muitas coisas erradas que elas proclamam, que devem ser corrigidas.”

O diretor de Jornalismo do Grupo Estado, Eurípedes Alcântara, ressaltou que os homenageados “são exemplos vivos do que é possível quando se almeja um País mais justo, mais culto e mais preparado para o futuro”. E reforçou que os prêmios “são a expressão de

Laura Laganá

gratidão e de reconhecimento a quem faz a diferença na vida de milhares de jovens e adultos através da educação”. “É também um momento de reafirmarmos a importância da educação para o desenvolvimento social e econômico do Brasil, uma causa que o Estadão historicamente sempre apoiou.” A cerimônia foi realizada na sede do CIEE nesta terça-feira, Dia do Professor. “Quem compartilha o que sabe muda a história de quem aprende”, afirmou o CEO do CIEE, Humberto Casagrande.

‘EU SEGUI APRENDENDO’.

Laura, emocionada, se disse honrada em receber o prêmio no Dia do Professor e disse que representa “reconhecimento pela batalha diária de levar educação de qualidade para mais de 300 mil alunos”. “Me orgulho de ter levado a educação profissional para dentro das favelas, para a periferia, para pessoas desempregadas, para dentro dos presídios. O Centro Paula Souza reafirma seu papel de inclusão social e capacitação dos profissionais, trabalhando a inovação, o empreendedorismo, e formando cidadãos conscientes, responsáveis e dispostos a transformar a sociedade em que vivemos.”

Ela iniciou sua carreira como professora no Paula Souza, um órgão do governo paulista, em que é diretora superintendente desde 2004, passando por oito governadores e 14 secretários. “Entrei no Centro Paula Souza ensinando e, em todos esses anos, eu segui aprendendo.” A instituição é hoje referência em ensino profissional e técnico, com Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) em 340 municípios paulistas. •

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