Neste 2025, a estudante Ana Laura Ramazotti iniciaria seu 10.º ano de cursinho para tentar conseguir uma vaga no curso de Medicina. Na última sexta-feira, porém, a jovem de 26 anos foi aprovada em Medicina na primeira chamada da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Moradora de Jaú, no interior de São Paulo, Laura tinha o sonho de cursar uma faculdade pública e ficou conhecida depois de compartilhar em uma rede social um vídeo em que dizia estar “em

Comemoração Vídeo em que ela festeja a aprovação tinha mais de 224 mil curtidas até este domingo

pânico” com a possibilidade de enfrentar um décimo ciclo de estudos focados no vestibular. O vídeo repercutiu não apenas com comentários de apoio, mas também com críticas à jovem por estar estudando tantos anos sem conseguir entrar na faculdade.

Agora, no entanto, é o vídeo da notícia da aprovação – e da emocionante comemoração de Ana Laura – que repercute nas redes sociais.

“Eu tinha muita vergonha antes. Hoje em dia eu não tenho mais vergonha porque eu reconheço que é um privilégio poder pagar tudo isso de cursinho, ter condições, mas eu não tenho mais condições psicológicas”, declarou a estudante seis dias atrás, no vídeo no Tiktok que viralizou sua história.

Até ontem, o vídeo, que mostra a jovem pulando, gritando e chorando de emoção abraçada ao namorado e também à sua mãe, tinha mais de 224 mil curtidas. “Que os frustrados aprendam que para sonho não há prazo de validade. Sucesso, Ana!”, escreveu uma internauta ao comentar.

QUESTÕES FINANCEIRAS. Ana contou que já havia recebido algumas aprovações por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni), com bolsa de 50%, e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), mas não ingressou nos cursos por questões financeiras.

“Eu tenho nota para o Fies e para o ProUni, já consegui bolsa. Mas ainda teria que pagar cerca de R$ 5 mil a R$ 6 mil, e meus pais são aposentados, então está fora de cogitação”, disse a estudante.

PAIS IDOSOS. Respondendo a comentários nas redes sociais, Ana também afirmou que não prestava vestibular para universidades de regiões mais distantes, onde a concorrência pode ser menor, devido à condição dos pais, que são idosos e precisam de cuidados por problemas de saúde.

Londrina, no Estado do Paraná, onde está localizado o campus em que a jovem estudará, fica a 330 quilômetros de distância de Jaú, e não serão necessárias viagens de avião para que ela possa visitar a família.

“Muita gente comentou que eu deveria trocar de curso, desistir de vez, mas eu prefiro gastar esse tempo agora do que entrar em qualquer curso, me formar em algo que eu não queria e viver o resto da vida pensando ‘e se eu tivesse tentado de novo’”, comentou a estudante, que no passado já havia sido aprovada no curso de Odontologia na Universidade de São Paulo (USP). •