Disfunção erétil atinge 30%, mas a cura existe
Problema pode ser causado por doenças cardiovasculares, uso de álcool e drogas, alguns medicamentos e questões psicológicas
GIOVANNA CASTRO
Apesar de ser mais comum após os 50 anos, a disfunção erétil é um problema que atinge homens de todas as idades. Cerca de 30% dos acima de 18 anos têm algum problema para atingir e manter ereção suficiente para a penetração em relação sexual, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Leonardo Seligra, médico urologista e diretor da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, diz que o problema é multifatorial e, por isso, as causas e os possíveis tratamentos devem ser analisados caso a caso. Tanto questões cardiovasculares, medicamentosas e físicas (na estrutura do pênis), quanto aspectos psicológicos e o estilo de vida podem influenciar. Ao mesmo tempo, a dificuldade na ereção pode indicar possíveis problemas de saúde ainda não descobertos.
“Cerca de 20 a 30% dos pacientes enfrentarão problemas como enfarte ou derrame num período de cinco anos. É um sinal importante da saúde cardiovascular e como um todo.”
Na maioria das vezes, é possível reverter o problema – especialmente quando não é de origem física. Quando é, há tecnologias que garante vida sexual ativa, como próteses infláveis.
Segundo Bruno Benigno, urologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), os principais fatores de risco são o tabagismo, a diabete e o comprometimento dos nervos do pênis em cirurgia de câncer de próstata. Tanto o cigarro quanto a diabete podem causar entupimento de artérias, comprometendo a chegada do sangue ao pênis para possibilitar a ereção. O mesmo pode ocorrer com obesos e sedentários, principalmente os com alta taxa de colesterol ruim (HDL).
No caso das cirurgias de câncer de próstata, quando feitas por método robótico – menos invasivo e mais preciso –, a probabilidade de o homem ficar impotente depois é menor.
Outra coisa que pode comprometer a ereção são traumas medulares, que afetam o sistema nervoso. Alguns medicamentos, consumo excessivo de álcool e drogas e fatores psicológicos também podem provocar disfunção temporária. É comum que pessoas com depressão e/ou ansiedade, por exemplo, tenham o problema.
Os principais medicamentos que podem causar a disfunção são: bloqueadores de testosterona (triptorrelina e gosserrelina), geralmente usados para tratar câncer de próstata com metástase; betabloqueadores para o coração (propranolol, metoprolol e nifedipina); finasterida, para calvície; antidepressivos em geral; alguns antibióticos e antifúngicos, como o cetoconazol; uso crônico de corticoide.
Urologista alerta
Cerca de 20% a 30% dos pacientes com a disfunção podem ter problemas como enfarte ou derrame
METRÓPOLE
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2023-09-18T07:00:00.0000000Z
2023-09-18T07:00:00.0000000Z
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