O Estado de S. Paulo

SP tem 124 praias em boas condições e 39 impróprias

Situação é pior do que no mesmo período do ano passado; classificação considera as últimas cinco semanas e o nível de bactérias fecais encontradas nas amostras de água

Ao longo dos seus mais de 400 quilômetros de costa, São Paulo tem atualmente 124 praias próprias para banho e 39 impróprias, de acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Os municípios de Praia Grande e São Vicente são os que têm o maior número de praias impróprias. Praia Grande, inclusive, não tem nenhum local favorável para banho. Historicamente, o litoral norte tem as melhores condições de balneabilidade no Estado – quanto menor a ocupação urbana no local, melhor é a praia para o banho. A situação geral é pior do que a verificada na mesma época no ano passado.

Desde a década de 1970, a Cetesb realiza o monitoramento da qualidade das praias, atualmente com 177 pontos de amostragem que incluem a Ilha Anchieta, em Ubatuba. As amostras são enviadas aos laboratórios da companhia, onde são realizadas as análises microbiológicas. Segundo a companhia, para fazer a classificação da qualidade das praias são utilizados os resultados das últimas cinco semanas. Se mais de 80% desses resultados estiverem abaixo do limite estabelecido de densidade de bactérias fecais presentes na água, a praia é considerada adequada para o banho de mar.

DEFINIÇÃO. A praia é considerada imprópria para banho quando concentra mais de 100 colônias de bactérias a cada 100 ml de água. Nesse caso, a faixa de

Próximas semanas

No verão costuma ocorrer uma piora das condições pelo fato de haver mais pessoas nas praias

areia é sinalizada com a bandeira vermelha. Para um controle mais eficaz, praias extensas são divididas e monitoradas em mais de um ponto. Uma praia também pode ser classificada como imprópria, mesmo com baixa densidade de bactérias, quando houver, por exemplo, manchas de óleo e surgimento de algas tóxicas, a chamada maré vermelha.

Ainda de acordo com a Cetesb, no verão costuma ocorrer uma piora das condições sanitárias das águas pelo fato de haver mais gente na praia e, portanto, uma maior quantidade de esgoto sendo gerada. O verão é também a época do ano mais chuvosa, o que contribui negativamente para as condições de balneabilidade, uma vez que maior volume da água dos rios chega ao mar.

NO ANO PASSADO. Faltando uma semana para o verão, em 2022, o litoral do Estado de São Paulo tinha 7% das praias impróprias para banho. Do total de 175 monitoradas semanalmente à época pela Companhia Ambiental do Estado, 12 estavam com a bandeira vermelha. O maior número de praias ruins para banho ficava em Ubatuba, com três faixas de areia no mar impróprias, entre as 18 monitoradas.

Neste ano, o verão terá um fator a mais a ser considerado, o El Niño. Além do excesso de chuva no Sul do Brasil e da redução da chuva na Região Norte, que devem continuar a ser observados e vão atrasar a recuperação do nível de água dos rios, um outro efeito do aquecimento anormal do Oceano Pacífico é alterar a distribuição da chuva também sobre o Sudeste e o Centro-Oeste. Assim, a expectativa é de que os três próximos meses sejam de temperaturas acima do normal em quase todo o Brasil e picos de calor intenso, como ocorre agora em 15 Estados, em áreas localizadas.

CUIDADOS. A doença mais comum associada à água poluída por esgoto é a gastroenterite. Ela ocorre numa grande variedade de formas e pode apresentar como sintomas: enjoo, vômitos, dores de estômago, diarreia, dor de cabeça e febre. Outras doenças menos graves incluem infecções de olhos (sobretudo conjuntivite), ouvidos, nariz e garganta. Em locais muito contaminados os banhistas podem estar expostos a doenças mais graves, como disenteria, hepatite A, cólera e febre tifoide.

A Cetesb recomenda não tomar banho nas praias classificadas como impróprias, evitar o contato em geral com os cursos d’água que afluem às praias; evitar o uso das praias que recebem corpos d’água cuja qualidade é desconhecida e evitar a ingestão de água do mar, com redobrada atenção para com as crianças e os idosos, que são mais sensíveis. •

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2023-12-16T08:00:00.0000000Z

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