O Estado de S. Paulo

Distração com celular é grande; mas digital ajuda, aponta pesquisa

Mais de 45% dos estudantes brasileiros relatam se distraírem por causa de dispositivos digitais em todas ou quase todas as aulas de Matemática. A taxa é a sexta maior entre todos os países que participaram do Pisa. Quatro em cada dez (40,3%) também dizem se dispersar quando veem outros colegas usando os aparelhos.

As duas taxas estão acima da média dos países da OCDE. Nas nações mais ricas, 30,5% se distraem por causa dos dispositivos digitais, e 25,2% se dispersam ao observar os colegas fazerem o uso.

Mas é o caso de vetar celular? O Pisa aponta que estudantes que usam dispositivos na escola, tanto para estudar como para lazer, têm resultados melhores em Matemática. Os números do Pisa estão alinhados com estudos que apontam que o uso moderado desses aparelhos não é “intrinsecamente danoso” e, por isso, é preciso de diretrizes.

Em média, alunos que usaram dispositivos digitais por até uma hora para estudar na escola tiveram uma vantagem de 25 pontos em relação aos que não utilizaram. Com diferença menor, até os estudantes que ultrapassaram sete horas de uso tiveram nota melhor do que aqueles que não tocaram nesses aparelhos sequer por um minuto.

O uso de celular para lazer na escola também esteve associado com resultados melhores em Matemática. Na média da OCDE, quem usou por até 1 hora teve vantagem de 19,8 pontos. No Brasil, os alunos com a melhor nota em Matemática (399) foram aqueles que usaram aparelhos digitais na escola para lazer de 2h até 3h – vantagem de 22 pontos. •

METRÓPOLE

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2023-12-06T08:00:00.0000000Z

2023-12-06T08:00:00.0000000Z

https://digital.estadao.com.br/article/281754159093907

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