Wagner recomenda Gonet à PGR e cita ‘afinidade moral’
Segundo relatório do líder do governo no Senado, o indicado à Procuradoria-Geral tem ‘formação técnica adequada’ à função
KARINA FERREIRA
O relator da indicação do subprocurador Paulo Gonet ao cargo máximo da ProcuradoriaGeral da República (PGR), senador Jaques Wagner (PT-BA), apresentou ontem um parecer favorável ao nome escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento deve ser analisado pelos membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na reunião de hoje, em preparação para a sabatina que deve ocorrer na próxima quarta-feira.
Em quatro páginas, o documento apresentado por Jaques Wagner resume o currículo de Gonet, com detalhes de sua carreira acadêmica e profissional. Segundo o relator, Gonet demonstra “experiência profissional, formação técnica adequada e afinidade intelectual e moral” para o exercício do cargo de procurador-geral da República.
O parecer também cita obras publicadas pelo subprocurador, com destaque para livro “Curso de Direito Constitucional”, escrito em coautoria com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e vencedor do prêmio Jabuti na categoria de livros jurídicos.
INDICAÇÃO. Gonet foi indicado para o comando da PGR pelo presidente Lula no dia 27. Ele era um dos preferidos para substituir Augusto Aras, que encerrou o mandato em setembro. Seu nome tem o apoio dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, de quem Gonet já foi sócio.
O relator Jaques Wagner, que apresentou o parecer favorável ao indicado, é líder do governo no Senado e se envolveu em um embate com o Supremo no final de novembro ao votar a favor da PEC que limita as decisões monocráticas. Ministros ouvidos pelo Estadão viram “traição” na atitude do petista, que mais tarde pediu desculpas e disse que não teve intenção de afrontar a Corte.
A sabatina do subprocurador está marcada para o dia 13. O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), avalia aplicar um formato inédito para a audiência, com Gonet e Flávio Dino – escolhido por Lula para o cargo de ministro no STF – sabatinados ao mesmo tempo.
Os indicados precisam ser aprovados na CCJ e no plenário do Senado para ganharem a confirmação nos novos cargos. As nomeações só serão aprovada com a anuência de 41 dos 81 senadores, por meio do voto secreto em plenário.
Caso seja aprovado, Gonet ficará à frente da PGR por dois anos e poderá, ao fim desse prazo, ser reconduzido ao posto. Não há limite de reconduções para a chefia da instituição, mas o indicado deve passar por nova sabatina na CCJ e ser aprovado pelo plenário para garantir outro mandato.
Possível colega de sabatina, Flávio Dino também recebeu parecer favorável à sua nomeação para cadeira no Supremo. O relator do caso de Dino, senador Weverton Rocha (PDT-MA), apresentou o documento à Casa anteontem. •
POLÍTICA
pt-br
2023-12-06T08:00:00.0000000Z
2023-12-06T08:00:00.0000000Z
https://digital.estadao.com.br/article/281651079878803
O Estado
