O Estado de S. Paulo

Governo tenta jogar culpa da inflação no agro, mas não vai colar, dizem parlamentares

Desnecessário, ineficiente, decisão de aloprados. São algumas das expressões usadas pela bancada do agronegócio no Congresso ao avaliar o anúncio de que o governo Lula atuará na redução da alíquota de importação de alimentos para tentar diminuir o preço dos produtos no Brasil. A medida não traz garantia de queda da inflação e o presidente Lula comprou mais uma briga com a maior frente parlamentar da Câmara e do Senado. “O governo mais uma vez não faz o dever de casa de cortar gastos, cria desconfiança que gera aumento de inflação, de juros e do dólar. Não há desequilíbrio no agronegócio brasileiro. Será que o governo está procurando jogar a culpa no setor? Não vai colar”, afirmou à Coluna a senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS).

• CONTRAMÃO. “Medidas eficazes para o controle inflacionário seriam as que impeçam alta cambial e diminuam custos do setor”, disse o vice-presidente da bancada na Câmara, Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). Jardim também rechaçou críticas de que o agro brasileiro estaria com produtos com valor mais elevado por priorizar as exportações. “Exportar escala a produção e ajuda a baratear o preço”, argumentou.

• FARTURA. Para o deputado Domingos Sávio (PL-MG), apelar para ampliar as importações só faria sentido se houvesse problema de desabastecimento. “Decisão de irresponsáveis. Temos alimentos em abundância.”

• COLHEITA. Por outro lado, os parlamentares apoiaram a intenção de discutir um novo Plano Safra. “O anúncio de mais recursos é sempre bem-vindo, sobretudo numa conjuntura em que o crédito é inibido pelos juros altos”, disse Tereza Cristina.

• ATRAÇÃO. O ministro do Turismo, Celso Sabino, e o secretário de Turismo de São Paulo, Roberto de Lucena, assinaram nesta semana um acordo de cooperação para ampliar investimentos privados no Estado. São Paulo já conta com maior número de projetos no Guia de Investimentos lançado pela ONU Turismo.

•E MAIS. A pasta articula apoio para o Salão do Turismo deste ano, em agosto, na capital paulista.

• PAROU. O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, manteve ontem a suspensão dos serviços da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) fora do território fluminense, como antecipou a Coluna.

• RISCO. Segundo a Advocacia-Geral da União, a atuação da Loterj abria margem para outros Estados afrouxarem a regulação de apostas, o que impactava até o combate à lavagem de dinheiro.

• INSPIRAÇÃO. O senador Sérgio Moro quer copiar uma medida adotada por Donald Trump, nos Estados Unidos, e deve apresentar proposta no Congresso para classificar o PCC como grupo terrorista. Ele revelou a intenção à Coluna após a Justiça Federal condenar oito pessoas ligadas à organização criminosa que elaborou um plano para sequestrá-lo.

• RIGOR. “O PCC deve ser tratado como uma organização terrorista. Talvez seja o caso de se espelhar no ato recente do Trump que equiparou juridicamente os grandes cartéis de drogas a organizações terroristas”, disse.

COLUNA DO ESTADÃO

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2025-01-25T08:00:00.0000000Z

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