Felicidade é ativo nas empresas
Luiz Carlos Trabuco Cappi
Os chamados ativos internos de felicidade influenciam cada vez mais o crescimento das empresas. E são anteparo a momentos de incerteza econômica e política como os atuais. Trata-se de um amplo leque de iniciativas derivadas do conceito ESG com a intenção de promover o engajamento em propósitos de diversidade, inclusão e empatia no ambiente de trabalho.
O recém-divulgado Relatório Mundial da Felicidade, realizado pela ONU, mostrou que 70% da população mundial já participa dessa mobilização com doações, trabalho voluntário e iniciativas de solidariedade.
No ranking dos países mais felizes, liderado pela Finlândia, o Brasil avançou oito posições, chegando ao 36.º lugar. Segundo especialistas, essa evolução é uma das consequências do avanço civilizatório promovido pela motivação proporcionada pelas iniciativas de apoio aos mais vulneráveis em movimentos de baixo para cima nas empresas.
Já vai longe o primeiro conceito de trabalho definido por Adam Smith, no século 18, com o binômio obrigações e remunerações. Ao longo dos séculos, muitas e variadas camadas de direitos, conquistas e modernidade foram agregadas.
Hoje, os programas voltados para o aumento do bem-estar nas empresas se estendem a mobilizações por ações de proteção ao meio ambiente e
Ativos de felicidade influenciam cada vez mais o crescimento das empresas
colaboração efetiva na gestão, com a difusão de pesquisas internas de opinião e de abertura a sugestões.
Todos esses modelos acrescentam qualidade ao ambiente de trabalho, fluxo e troca de informações sobre as motivações gerenciais para determinadas metas e objetivos corporativos. Ao fim, causam impactos positivos na saúde mental no trabalho.
Uma condição fundamental para o sucesso na carreira é um ambiente que estimule as pessoas. E a empresa tem o desafio de criar uma rede de segurança emocional e psicológica para que a meritocracia prevaleça, seja justa e assim reconhecida.
Inerente ao ser humano, a busca da felicidade costuma ser associada a momentos de expansão da economia dos países, das empresas e das pessoas.
No atual ciclo global de tensão, conflitos e guerra comercial, as culturas corporativas são fator decisivo para fazer o contraponto positivo.
“Essa felicidade que supomos, árvore milagrosa que sonhamos toda areada de dourados pomos, existe sim, mas nós nunca a alcançamos”, escreveu o poeta parnasiano Vicente de Carvalho, há dois séculos. Estamos todos, portanto, desafiados a perseguir, insistir e não desistir. Pois a felicidade não se compra, mas se constrói. •
COLUNA DO ESTADÃO
pt-br
2025-05-05T07:00:00.0000000Z
2025-05-05T07:00:00.0000000Z
https://digital.estadao.com.br/article/281522231966349
O Estado
