Brasileiro que tocou com as principais orquestras do mundo lutava contra um câncer no intestino.

Chamado de “O Pelé do Piano” pela revista La Suisse, morreu ontem aos 84 anos o pianista Arthur Moreira Lima. A notícia foi confirmada pela família por meio do Instituto Piano Brasileiro. Internado havia um ano, ele lutava contra um câncer de intestino. Desde 1993, residia em Florianópolis (SC).

“Nossos agradecimentos a esse gigante incomparável, por tudo que fez pela cultura brasileira e pianística. Que seu nome seja sempre reconhecido entre os heróis brasileiros”, publicou o Instituto Piano Brasileiro nas redes sociais.

CARREIRA. Nascido no Rio de Janeiro em 1940, Moreira Lima começou seus estudos de piano aos 6 anos de idade – e, aos 8, iniciou a carreira profissional ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira. Era o início de uma trajetória que o consagraria como um dos maiores pianistas brasileiros.

Sua formação incluiu estudos com renomados professores como Lúcia Branco, no Brasil; Marguerite Long, em Paris; e Rudolf Kehrer, em Moscou.

Em 1965, Moreira Lima alcançou destaque internacional ao conquistar o segundo lugar no Concurso Chopin, em Varsóvia. Cinco anos depois, garantiu a terceira colocação no prestigioso Concurso Tchaikovski, na Rússia.

RESGATE DE OBRAS BRASILEIRAS. Aclamado por suas interpretações

de compositores como Chopin e Liszt, o pianista também se dedicou ao resgate da obra de artistas brasileiros, com especial atenção ao legado do pianista e compositor Ernesto Nazareth, considerado um dos grandes nomes do maxixe.

Com mais de 60 discos gravados na carreira, Moreira Lima tocou com as orquestras filarmônicas de Leningrado, Moscou e Varsóvia e com as sinfônicas de Berlim, Viena e Praga, a BBC de Londres e a National da França. •