Vila Mariana registra maior alta no aluguel em São Paulo
O preço dos aluguéis em bairros nobres do Rio de Janeiro e de São Paulo teve aumentos de dois dígitos nos últimos 12 meses encerrados em julho. Na capital paulista, o reajuste chegou a 25,7% na Vila Mariana (acima) no período. Na capital fluminense, Ipane
LUCAS AGRELA
O preço dos aluguéis em bairros nobres de São Paulo e do Rio de Janeiro teve aumento de dois dígitos nos últimos 12 meses encerrados em julho. Na capital fluminense, Ipanema foi o bairro em que os aluguéis mais subiram, 35%, indo a R$ 96,80 por metro quadrado (m²). Em São Paulo, na Vila Mariana o reajuste chegou a 25,7% no período, chegando a R$ 57,6 por m², segundo dados da FipeZap+.
Em São Paulo, o preço de aluguel mais caro por metro quadrado está na região do ItaimBibi (R$ 80,20), seguido por Pinheiros (R$ 79,00) e Paraíso (R$ 63,10). No Rio, Ipanema lidera, com R$ 96,80, seguida pelo Leblon (R$ 90,70) e pela Lagoa (R$ 57,4), de acordo com o levantamento. O preço médio de aluguel por m² nas cidades pesquisadas pela empresa é de R$ 40,58.
As duas capitais, que detêm os mais altos preços de aluguéis de imóveis residenciais do País, tiveram aumento acima da média nacional para o período – que foi de 16,27% – em razão de uma combinação de fatores.
O índice mais tradicional de reajuste de aluguéis, oIGP-M, teve aumentos sucessivos nos últimos anos. Em 2020, a alta foi de 7,3%; em 2021, 23,14%; e em 2022, 17,78%. Porém, muitos proprietários não repassaram os aumentos na mesma proporção por conta do achatamento de renda da população causado pela inflação e por causa da pandemia. Neste ano, no acumulado em 12 meses até agosto, o IGP-M está negativo em 7,2%, indicando desaceleração na escalada de preços. Mas não há redução nos preços atuais de aluguéis.
DESALUGADOS. “Com a melhora da pandemia e a retomada do trabalho presencial, houve a volta de cobrança dos índices de correção dos aluguéis. Como
foram dois anos sem reajustes e houve um tempo em que muitos imóveis ficaram desalugados, os proprietários atualizaram os preços neste ano”, diz o diretor institucional do Grupo Lopes, Cyro Naufel.
Outro motivo do aumento dos preços de aluguéis é o patamar atual da taxa básica de juros, a Selic, que encarece os financiamentos imobiliários. Para Armando Botelho, diretor comercial da fintech de crédito Creditú, houve forte aumento na demanda por imóveis na pandemia, especialmente os maiores, com espaço para home office, e os apartamentos pequenos muito bem localizados.
“Tudo isso aumenta a demanda por compra, o que eleva junto o preço da locação. É mais demanda com menos oferta, levando ao aumento de preço. As incorporadoras diminuíram em 24,5% os lançamentos em São Paulo neste ano. O Rio segue essa mesma tendência. Ao mesmo tempo, houve aumento de vendas nessas cidades, aumentando preços de venda e locação”, diz Botelho.
Diante da tendência de queda da Selic, os financiamentos de imóveis tendem a ficar mais acessíveis, mas isso também abre espaço para aumento de preços de compra de imóveis. “O que dizemos é que o mercado imobiliário é uma balança. Quando o juro está alto, o preço cai. Quando está baixo, o preço sobe. A dica é comprar agora, mas com o financiamento, por exemplo, no ano que vem”, diz Botelho.
Com a pandemia, foram dois anos sem reajustes, e agora os aluguéis voltaram a ter correções regulares
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2023-09-04T07:00:00.0000000Z
2023-09-04T07:00:00.0000000Z
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