O Estado de S. Paulo

Explosões no Irã fazem Teerã limitar voos e ativar defesa aérea

Redes de TV dos EUA dizem que Israel atacou com mísseis

Cinco dias após o ataque que o Irã lançou contra o território israelense, explosões foram registradas no final da noite de ontem nas proximidades do aeroporto da cidade de Isfahan, na região central do Irã. Uma autoridade americana disse à rede de TV ABC que as explosões no Irã tinham sido provocadas por mísseis de

“Tomaremos nossas próprias decisões”

Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

Israel. A informação foi reforçada pela rede CBS. Até a madrugada de hoje, porém, o governo israelense não havia se manifestado. A cidade de Isfahan, onde foram ouvidas as explosões, é considerada estratégica por abrigar importante base aérea para os militares iranianos e locais associados ao seu programa nuclear. Em meio à tensão, todos os voos para Isfahan, Teerã e Shiraz foram suspensos. Ainda de acordo com a imprensa iraniana, os sistemas de defesa aérea foram ativados em várias cidades do país.

Explosões foram registradas perto do aeroporto da cidade iraniana de Isfahan, na região central do país hoje (noite de ontem em Brasília), cinco dias depois do ataque que Teerã lançou contra Israel. Nos últimos dias, Tel-Aviv prometeu que iria contra-atacar e uma autoridade americana disse à rede ABC que as explosões no Irã tinham sido provocadas por mísseis israelenses. Esta informação foi reforçada pela rede CBS, também americana. Na mesma linha, a CNN informou que Israel fez um ataque dentro do Irã e o alvo não era nuclear. Até a madrugada, Israel não havia se manifestado.

A cidade de Isfahan, onde foram ouvidas as explosões, é considerada estratégica por abrigar uma importante base aérea para os militares iranianos e locais associados ao seu programa nuclear. Segundo meios iranianos, não houve danos aos locais com armas atômicas.

Em meio à tensão, todos os voos para Isfahan, Teerã e Shiraz foram suspensos, segundo informações da estatal iraniana Mehr TV. Ainda de acordo com a imprensa iraniana, os sistemas de defesa aérea foram ativados em várias cidades do país e moradores relataram ter ouvido as sirenes. O governo iraniano não se pronunciou sobre as explosões registradas. Na quarta-feira, o primeiroministro de Israel, Binyamin Netanyahu, reforçou a diplomatas britânicos e alemães que iria responder ao ataque iraniano contra o território israelense. O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, por sua vez, alertou que a “menor invasão” de Israel teria uma retaliação “maciça”.

A crise cresce desde que a representação diplomática de Teerã em Damasco, na Síria, foi alvo do ataque que matou comandantes da Guarda Revolucionária

Iraniana, no começo do mês. O Irã culpou Israel e retaliou com mais de 300 mísseis e drones no sábado.

NOVAS SANÇÕES. No campo diplomático, americanos e europeus anunciaram ontem novas sanções aos programas de drones e mísseis do Irã. Segundo a Casa Branca, as novas medidas afetam comandantes militares iranianos e fabricantes de armas e têm como objetivo diminuir a capacidade do Irã de produzir equipamento militar. Além da expulsão de indivíduos do sistema financeiro internacional, os EUA analisam ainda bloquear exportações da indústria siderúrgica iraniana.

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que as sanções “degradariam ainda mais a indústria militar do Irã”. “Que fique claro para todos aqueles que permitem ou apoiam os ataques do Irã: os EUA estão comprometidos com a segurança de Israel”, disse.

Os europeus também seguiram o exemplo. O Reino Unido puniu sete indivíduos e sete entidades ligadas à atividade militar do Irã. “As sanções mostram que condenamos inequivocamente o comportamento do Irã”, disse o premiê britânico, Rishi Sunak.

A União Europeia também anunciou que ampliará o cerco ao regime iraniano – embora o detalhamento das sanções seja refém de um processo decisório mais lento. Na quarta-feira, o Conselho Europeu prometeu em breve novas sanções aos programas de drones e mísseis do Irã.

As medidas fazem parte de um esforço coordenado do

Ocidente para punir o Irã e, ao mesmo tempo, convencer Israel a não expandir a guerra para outras frentes. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, no entanto, prometeu ignorar a pressão externa. “Tomaremos nossas próprias decisões”, afirmou. Ontem, o chanceler israelense, Israel Katz, agradeceu o anúncio das novas sanções. •

Diplomacia

No campo diplomático, americanos e europeus anunciaram ontem novas sanções ao Irã

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2024-04-19T07:00:00.0000000Z

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