Tiros do tráfico em direção à Avenida Brasil matam três
Governo do Estado diz que, para afastar PMs que faziam operação no Complexo de Israel, criminosos atiraram contra a população
• MARCO DE CASTRO E RENATA OKUMURA
Três pessoas morreram após serem baleadas em reação do tráfico de drogas a uma operação policial no Complexo de Israel, na zona norte do Rio de Janeiro, na manhã de ontem. Uma pessoa foi presa e duas granadas foram apreendidas.
De acordo com o governo do Estado do Rio, criminosos passaram a atirar contra a Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, quando policiais militares chegaram ao complexo para realizar uma operação contra roubos de veículos e cargas. A avenida chegou a ficar bloqueada por duas horas e houve pânico entre a população que passava pelo local. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram pessoas deitadas no chão da via e se escondendo atrás de veículos e muretas para tentar se proteger durante o tiroteio.
Segundo informações do portal de notícias G1, as pessoas que morreram eram um motorista de aplicativo, um motorista de caminhão e um passageiro de ônibus – este estava dormindo quando foi baleado. Além deles, outras duas pessoas ficaram feridas.
“Queria dizer que o Estado está à disposição das famílias e das vítimas para ajudar no que for necessário. Mas a gente tem de acertar uma narrativa do dia de hoje: essas pessoas não foram vitimadas ou mesmo feridas numa troca de tiros ou em confronto com a polícia. Essas pessoas foram assassinadas pelo tráfico de drogas no dia de hoje”, disse ontem o governador Claudio Castro, em entrevista coletiva.
Segundo o governador, nos últimos menses, houve pelo menos 15 operações naquela área, sem que ocorresse uma reação forte dos criminosos. “Hoje (ontem), o que a gente viu foi um ato de terrorismo. Não dá para classificar de outra forma. Até porque é só ver como foi a configuração. A polícia estava de um lado e a ordem (dos criminosos) foi atirar nas pessoas que estavam do outro lado. Então não foi uma troca de tiros que acertou pessoas. Não, esses criminosos atiraram a esmo para acertar pessoas de bem que estavam indo trabalhar”, afirmou Castro. “Chegamos muito perto de um líder dessa facção, então, para afastar a polícia, eles resolveram atirar nas pessoas deliberadamente.”
Ainda conforme Castro, diante dos tiros em direção à avenida, a PM decidiu recuar. O trânsito ficou bastante congestionado na região.
‘Ato de terrorismo’ Foi como Claudio Castro definiu a ação da facção, que atirou ‘a esmo para acertar pessoas de bem’
ESCOLAS. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 16 escolas ficaram fechadas por causa da ocorrência. De acordo com a prefeitura, os centros municipais de saúde (CMS) Iraci Lopes e José Breves dos Santos, as clínicas da família Heitor dos Prazeres e Joãosinho Trinta acionaram protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, não funcionaram pela manhã.
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2024-10-25T07:00:00.0000000Z
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