Polícia prende namorada de brasileiro que atacou Cristina
A namorada do brasileiro que tentou matar a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi presa no domingo à noite em Buenos Aires por ordem da juíza que comanda a investigação. Segundo o jornal argentino Clarín, a os investigadores suspeitam que o agressor não agiu sozinho e deteve a mulher por ter encontrado contradições em seu depoimento.
A namorada, identificada como Brenda Uliarte, foi gravada por câmeras de segurança na companhia do brasileiro Fernando Sabag Montiel no dia do atentado, de acordo com o jornal, ao contrário de sua versão inicial de que não o havia encontrado nas 48 horas anteriores ao ataque.
A jovem de 23 anos concedeu uma entrevista na qual disse que convivia com Montiel havia um mês. Ela afirmou que não sabia que ele tinha armas e e nunca havia falado sobre Kirchner. “Na verdade, não recordo de menções à vice-presidente. Ele reclamava do dólar e da economia, como todos nós”, declarou Brenda ao canal Telefé.
CÚMPLICES. Segundo o Clarín, a namorada de Montiel foi presa um pouco antes da meia-noite pela Polícia Federal, que trabalha com a hipótese de o agressor l ter tido ajuda. Horas antes dad prisão de Brenda, Gregorio Dalbón, advogado de Cristina, afirmou que o agressor “não atuou sozinho”. A investigação, no entanto, corre em segredo de Justiça.
Cristina, de 69 anos, escapou ilesa da tentativa de ataque com uma pistola, que apesar de ter sido acionada duas vezes não disparou. O atentado ocorreu na noite de quintafeira, quando ela umprimentava simpatizantes que a esperavam na porta de sua casa, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires.
Montiel, de 35 anos, foi acusado de tentativa de homicídio com agravante e até o momento se recusou a falar com a Justiça. O homem, nascido no Brasil, filho de mãe argentina e pai chileno, já tinha antecedentes criminais. Ele havia sido presio em 17 de março de 2021 por porte de arma branca, mas o caso foi encerrado. De acordo com fotos em suas redes sociais, ele tem símbolos nazistas tatuados no corpo.
TRAPALHADAS. A pressão sobre os investigadores aumentou no fim de semana, após um erro cometido na tenttiva de desbloquear o celular de Montiel. Os peritos cibernéticos, que tentavam acessar o conteúdo do aparelho, fizeram com que o telefone reiniciasse e voltasse para as “configurações de fábrica”, segundo informações da imprensa argentina.
Contradições
A jovem foi presa porque a polícia diz ter encontrado inconsistências em seu depoimento
Assim, nenhuma informação que existia no celular servirá como prova em um julgamento. O conteúdo era considerado fundamental para a averiguação da participação de mais pessoas no atentado e para determinar se o ato teria sido premeditado. “É gravíssima a responsabilidade da juíza, do promotor e daqueles que manipularam o celular do acusado”, disse Dalbón, advogado de Cristina. A juíza federal María Eugenia Capuchetti tomou o depoimento de um amigo de Montiel, que teria afirmado que o agressor era “capaz de cometer o crime”. O amigo, identificado apenas como Mario, apareceu em entrevista ao canal de televisão Telefé e garantiu que “a intenção dele era matá-la”. •
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2022-09-06T07:00:00.0000000Z
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