O Estado de S. Paulo

Grisalhas organizam encontro para trocar dicas

Foi na gravidez de Maria Luisa que Daniela De Bonis resolveu pôr em prática algo que já passava pela sua cabeça há algum tempo: parou de tingir os cabelos. Com a interrupção veio, segundo ela, a libertação de não se preocupar em retocar a raiz de dez em dez dias, mas também a necessidade de encontrar referências e dicas para mulheres grisalhas. “Foi a melhor coisa ser convidada para uma festa ou evento e não ter que pensar em ir ao salão, mas tive dificuldade de encontrar informação sobre cabelos brancos. Foi aí que criei a página ‘Grisalhas Assumidas e em

Transição’ no Facebook, em 2016. E a comunidade cresceu muito rápido”, diz. O grupo conta com 127 mil membros e vai fazer seu primeiro encontro fora do virtual neste sábado, no Tênis Clube Paulista. São esperadas cerca de 150 mulheres grisalhas que se reunirão para trocar figurinhas e ouvir palestras sobre temas como autoaceitação, inteligência emocional, nutrição e, claro, dicas de como cuidar das madeixas brancas.

“Hoje em dia é muito mais comum vermos mulheres nas ruas com os cabelos grisalhos, mas não quer dizer que não exista preconceito. Já faz mais de seis anos que eu parei de tingir o cabelo e até hoje me perguntam se eu estou doente ou com depressão”, disse a criadora do movimento. Segundo Daniela, a maior parte das críticas ao estilo natural não vem de homens, mas sim de outras mulheres. “Essa cobrança é estranha, né? Mas eu acho que aos poucos isso vai mudando. O homem grisalho é visto como charmoso e a mulher, não. Por que isso?”. • MARCELA PAES.

“Já faz mais de seis anos que eu parei de tingir o cabelo e até hoje me perguntam se eu estou doente” Daniela De Bonis

CULTURA & COMPORTAMENTO

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2022-08-13T07:00:00.0000000Z

2022-08-13T07:00:00.0000000Z

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