O Estado de S. Paulo

Reforma administrativa de Lula propõe restaurar teto do funcionalismo

COM JULIA LINDNER E GUSTAVO CÔRTES

Prometida por Lula em reunião com empresários ontem na Fiesp, a reforma administrativa desenhada para uma eventual gestão do petista tem duas diretrizes. Assim como a ensaiada por Bolsonaro, só valeria para novos servidores. Além disso, limitaria os rendimentos ao teto do funcionalismo, medida afrouxada sob Jair Bolsonaro. Militares da reserva, como os que assessoram o presidente, passaram a somar aposentadoria ao salário da ativa, sem o desconto do chamado abate-teto. A campanha de Lula promete recortar o benefício e propõe equiparar salários do setor público aos do mercado privado. “Servidores têm que ganhar bem, mas é preciso considerar a conta paga pela população”, diz Wellington Dias.

• PAREDE. O tema é tabu entre os servidores, que conseguiram bloquear alterações nos governos de Bolsonaro e Michel Temer (MDB). Para compensar, Mercadante diz que deseja criar um sistema de premiação por desempenho.

• CALO. Embora tenha o potencial de atingir o interesse da elite do funcionalismo, a reforma administrativa tem impacto reduzido em termos de economia no curto prazo. Já o reajuste do teto do funcionalismo em 18%, que avança no STF, tem efeitos já em 2023. Para minimizar o dano, procuradores e juízes discutem diluir o aumento em 24 meses.

• PORTEIRA. Depois do PT, agora é Ciro Gomes (PDT) quem tenta atrair eleitores no meio policial. Nesta quarta, ele se reúne com Dovercino Neto, da federação de policiais rodoviários federais. A categoria quer tentar emplacar a reestruturação da carreira e sua equiparação à PF.

• REVISÃO. Atenta ao desempenho no público jovem, a campanha de Jair Bolsonaro diz ter descoberto, em pesquisas qualitativas, que associar Lula aos escândalos de corrupção dos governos do PT enfraquece o rival neste eleitorado. Bolsonaristas falam em mostrar a pessoas de 20 anos, que não acompanhavam a política, o que chamam de “o outro lado” do petista.

• DISCURSO. A estratégia de Bolsonaro de atrair o público jovem prevê a participação em podcasts, como anteontem, e “entrevistas sem edição” voltadas a gamers. Neste caso, o discurso gira em torno da defesa da redução de impostos, além do 5G.

• LAVANDERIA. O presidente do PP, Cláudio Cajado, vai reunir membros do partido na próxima semana para formalizar a distribuição do fundo eleitoral. Há expectativa de uma DR sobre a tentativa de proibição de alianças com o PT nos Estados.

• PIB. Rodrigo Garcia (PSDB) se reuniu anteontem com a elite judaica em jantar na casa do empresário Max Waintraub. O encontro reuniu 70 pessoas, como Elie Horn, da Cyrella, Marcos Arbaitman, que foi secretário de Geraldo Alckmin, além do Rabino David Weitman e de Jaime Rabinovitsch. Falaram de políticas sociais e de ações para mulheres.

• COPA. O ministro do TCU Bruno Dantas entrega ao chanceler Carlos França pedido para o Brasil entrar na disputa pelo Conselho de Auditores da ONU.

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2022-08-10T07:00:00.0000000Z

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