O Estado de S. Paulo

Construtora da MRV nos EUA muda nome e planeja R$ 6 bi em investimentos

AAHS Residential, subsidiária do grupo MRV nos EUA, deve ganhar um sócio de peso nos próximos três a quatro meses. A companhia planeja investir R$ 6 bilhões num prazo de cinco a seis anos, com o intuito de se tornar a maior construtora do segmento de locação residencial por lá. Mas, para isso, precisa de um parceiro para assinar o cheque. Conforme revelou a Coluna em março, a MRV contratou dois bancos – Bofa e BTG Pactual – para buscar esse sócio. Os executivos estão fazendo a apresentação dos negócios a investidores e têm encontrado interessados, segundo o presidente da subsidiária, Ernesto Lopes. Além dos recursos, a ideia é que o sócio contribua com conhecimento do mercado americano e tenha boa reputação no país.

• AVANÇO. A Resia já atua nos Estados da Flórida, Georgia e Texas. Logo, chegará ao Colorado e mais adiante, ao Arizona e no distrito de Washington. Se o plano de crescimento for confirmado, isso a tornará a líder do segmento nos EUA. Hoje, está na 21.ª posição, conforme ranking da National Multifamily Housing Council.

• BILLIONS. A MRV detém 95% da Resia, e 5% estão nas mãos dos executivos e fundadores, entre eles Lopes. O futuro sócio

terá posição minoritária. A expectativa é que a transação avalie a AHS em cerca de US$ 2 bilhões. Hoje, o valor líquido do ativo está em US$ 677 milhões, ou 3,6 vezes mais que há três anos, quando a MRV a comprou dos fundadores.

• POBRINHO. As únicas duas investidas brasileiras de Warren Buffett têm sido sinônimo de perdas neste ano. Juntas, as fatias da Berkshire Hathaway no Nubank e na Stone desvalorizaram R$ 4,4 bilhões desde janeiro. A forte baixa das duas empresas, diante de preocupações dos investidores com a alta de juros e com a economia brasileira, é amplificada pela valorização do real no período.

OPÇÕES. Buffett investe no Nubank

• desde antes da chegada da fintech à Bolsa, em dezembro. Na Stone, entrou na oferta pública inicial de ações, em 2018. No ano passado, enquanto a Stone ainda negociava acima do preço da oferta, mas já abaixo das máximas, a Berkshire vendeu parte de sua posição. Neste ano, manteve intactos os dois investimentos.

• ULTRAPASSAGEM. A baixa mais forte este ano foi a do Nubank, que caiu 64% após ter feito uma das maiores vendas de ações nos EUA em 2021. O banco chegou ao mercado como a empresa financeira mais valiosa da América Latina. Hoje, vale R$ 73,4 bilhões, menos que todos os grandes bancos brasileiros listados – o que inclui BTG (R$ 117,3 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 108,2 bilhões).

• CONTRAMÃO. A preocupação do mercado é com uma piora nos índices de inadimplência dos clientes do neobanco. No primeiro trimestre, a resposta da fintech ao cenário foi acelerar seu crescimento, na contramão de pares como o Inter.

• MAIS EMBAIXO. A Stone está em outra fase. Os papéis despencaram em 2021 após os problemas que teve na concessão de crédito, paralisada em meados do ano passado. Agora, quer virar a página, com o futuro relançamento das linhas de crédito e reajustes de preços.

• MAIS EM CIMA. O problema é que o investidor não quer pagar para ver. Com juros maiores no Brasil e nos EUA, o mercado financeiro tem preferido empresas estabelecidas, que geram caixa e pagam dividendos. Não por acaso, as ações americanas de Itaú e Bradesco sobem 42% e 21% neste ano.

• VAI E VEM. Após o avanço da vacinação contra a covid, 75% dos trabalhadores de escritórios da América Latina dizem sentir-se seguros para voltar ao expediente presencial – ainda que revezando com alguns dias em casa. É o que mostra pesquisa da We Work, de escritórios compartilhados, com a consultoria Egon Zehnder.

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2022-05-25T07:00:00.0000000Z

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