O Estado de S. Paulo

Puxada por transportes e saúde, prévia do IPCA chega a 0,59% em maio

É a maior variação para o mês desde 2016, segundo o IBGE; alta acumulada pelo IPCA-15 no ano está agora em 12,20%

DANIELA AMORIM RIO CÍCERO COTRIM LUCIANA XAVIER SÃO PAULO

Apesar da trégua na conta de luz, as famílias brasileiras voltaram a gastar mais com saúde, transportes e alimentos em maio, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15). A prévia da inflação ficou em 0,59%, o maior patamar para o mês desde 2016. Com esse resultado, a taxa acumulada em 12 meses passou de 12,03%, em abril, para 12,20% – a mais alta desde novembro de 2003.

Após a divulgação do IPCA-15, os contratos de juros negociados no mercado futuro indicavam um aumento nas apostas de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central fará pelo menos mais duas elevações de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, que hoje está em 12,75% ao ano. A próxima reunião do colegiado está marcada para 14 e 15 de junho.

“A análise detalhada dos dados de maio mostra que não é possível dizer que a inflação começa a dar sinais de arrefecimento. Os principais segmentos que compõem o IPCA-15 vieram acima do esperado. Serviços e bens industriais, em particular, registraram aceleração em relação ao mês anterior”, disse Claudia Moreno, economista do C6 Bank. “A inflação segue alta, persistente e disseminada”, completou.

“À frente, a gente ainda tem um cenário complicado quando olha para a alimentação, serviços e para os bens industriais”, disse a economistachefe da gestora de recursos Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram aumentos em maio: Transportes (1,80%), Comunicação (0,50%), Alimentação e bebidas (1,52%), Vestuário (1,86%), Educação (0,06%), Artigos de residência (0,98%), Despesas pessoais (0,74%) e Saúde e cuidados pessoais (2,19%). •

ECONOMIA & NEGÓCIOS

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2022-05-25T07:00:00.0000000Z

2022-05-25T07:00:00.0000000Z

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