Governo de SP quer vacinação nas escolas; capital discorda
Imunização de crianças de 5 a 11 anos Para secretário municipal de Saúde, não é ‘viável’ mudar esquema
ANA PAULA NIEDERAUER RENATA CAFARDO
Com a chegada do imunizante contra a covid para crianças de 5 a 11 anos prevista para as próximas semanas, o secretário de Educação de SP, Rossieli Soares, disse que a ideia do governo do Estado é realizar a vacinação nas escolas públicas – em parceria com os municípios – e nas instituições
privadas, com autorização dos pais. A decisão final, porém, caberá às secretarias municipais de Saúde, responsáveis pelo esquema de vacinação. O secretário de Saúde da capital, Edson Aparecido, afirmou que neste momento não é “viável” esse tipo de vacinação na cidade, com deslocamento das equipes de saúde. Aparecido afirmou que já foram aplicadas 24 milhões de doses nos postos de saúde da Prefeitura e “não tem por que mudar isso na última hora”.
O secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, quer vacinar as crianças de 5 a 11 anos contra a covid19 dentro das escolas públicas, em parceria com os municípios, mediante autorização dos pais. Ao Estadão, afirmou que pretende incentivar também a vacinação das crianças dentro das instituições de ensino particulares.
A decisão final cabe às secretarias municipais de Saúde, responsáveis pelo esquema de vacinação. O secretário de Saúde da capital, Edson Aparecido, disse ao Estadão que neste momento não é “viável” esse tipo de vacinação, com deslocamento das equipes de saúde. “Elas estão concentradas na vacinação e no atendimento de gripe e de covid, além disso as escolas não estão funcionando ainda.” Aparecido afirmou também que foram aplicadas 24 milhões de doses nos postos de saúde da Prefeitura até agora e “não tem por que mudar isso na última hora”. Ele acredita que a vacina para crianças deve chegar ainda este mês.
Alguns municípios paulistas, como Campinas, já aplicaram o imunizante em colégios em adolescentes, de 12 a 18 anos. Na capital, isso ocorreu no fim do processo, para busca de quem ainda não tinha se vacinado.
Em entrevista à Rádio Eldorado nesta terça, Rossieli disse que a escola tem um papel fundamental de conscientização e “vacinar dentro da escola é um grande exemplo”. “Nós reorganizamos o nosso início do calendário letivo para que os primeiros dias sejam de trabalho da escola, trabalhando com os próprios alunos a importância da vacinação e com as famílias.”
Para o presidente da Associação Brasileiras das Escolas Particulares
(Abepar), Arthur Fonseca Filho, o incentivo do governo estadual para a realização da imunização das crianças dentro da rede particular é muito bem-vindo. “Somos favoráveis que as escolas privadas realizem a vacinação. É conveniente que todas as crianças se vacinem”, afirmou.
ACESSO ÀS AULAS. Segundo Rossieli, as escolas estaduais de São Paulo passarão a pedir a carteira de vacinação contra a covid após o início da campanha para crianças de 5 a 11 anos, mas não vão proibir o acesso às aulas de quem não apresentar o documento. “A carteira de vacinação já é exigida na matrícula. Vamos solicitar, sim, no momento devido. Mas não vamos proibir o aluno de ir à escola”, afirmou.
Rossieli criticou a demora do Ministério da Saúde em adquirir com a Pfizer as doses pediátricas e pediu aos pais que não acreditem em notícias falsas. Na manhã de ontem, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que os pais poderão levar seus filhos para se vacinarem contra a covid-19 “se assim desejarem”.
O Brasil deve receber 3,7 milhões de vacinas infantis da Pfizer em janeiro, mas o País tem 20,5 milhões de crianças entre 5 e 11 anos, de acordo com o IBGE. Um total de 20 milhões de doses só devem chegar até o fim do primeiro trimestre, segundo fontes do governo ouvidas pelo Estadão/broadcast.
A quantidade a ser recebida em janeiro seria suficiente para imunizar, por exemplo, todas as crianças de 11 anos (2,8 milhões, segundo o IBGE). A pasta realizou ainda uma audiência pública sobre o tema, em que foram apresentados os resultados de uma enquete online (Mais informações abaixo).
O início do ano letivo está marcado para 2 de fevereiro e, de acordo com o secretário, não será condicionado à vacinação. Nas particulares, as aulas já começam no dia 31. •
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