O Estado de S. Paulo

‘Quero continuar fazendo história no Palmeiras’

Meio-campista diz que não há propostas para sair e se mostra confiante para o Mundial

RICARDO MAGATTI

Raphael Veiga participou de 67 jogos do Palmeiras na temporada. Marcou 18 gols e deu seis assistências

Meio-campista chegou ao Palmeiras, seu time como torcedor, em 2017; foi emprestado e voltou para se tornar uma das estrelas

Raphael Veiga viveu dias gloriosos, os melhores de sua carreira, na temporada brasileira que acaba de se encerrar. O sucesso demorou um pouco para acontecer no Palmeiras, mas, quando veio, foi maior do que ele esperava. O meio-campista alcançou protagonismo e terminou 2021 como artilheiro da equipe do técnico português Abel Ferreira, o principal responsável por fazer decolar o futebol do atleta de 26 anos.

Ele já ergueu quatro taças pelo clube, incluindo duas da Libertadores, mas suas ambições não terminaram. “O Mundial está chegando e quero continuar fazendo história”, avisa, confiante, Veiga.

Abel foi muito importante para o desenvolvimento de Raphael Veiga no Palmeiras, onde chegou em 2017, passou o ano seguinte no Athletico Paranaense e retornou em 2019. Sob o comando do português, Veiga passou a fazer funções diferentes e viu sua performance crescer.

Atuou em mais de uma posição até se fixar no lado direito, mas com liberdade no campo ofensivo, e passou a ser decisivo, com gols em profusão e assistências importantes.

Nesta temporada, ele balançou as redes 18 vezes, deu seis assistências e foi o responsável por abrir o caminho para o tri da Libertadores na vitória sobre o Flamengo na decisão em Montevidéu. O chute certeiro da entrada da área, como aconteceu no Uruguai, além do aproveitamento perfeito nas penalidades, são seus maiores atributos.

De férias, Raphael Veiga falou por telefone com o Estadão antes de viajar a Paris com a noiva, Bruna Santana. Lá, se encontrou com Neymar. A ideia do jogador que recebeu os prêmios de melhor meiocampista do Brasileirão no Troféu Bola de Prata e na premiação da CBF é descansar e chegar no Mundial fortalecido. A estreia será em 8 de fevereiro.

Qual a expectativa para o Mundial de Clubes?

Estou concentrado e com muita vontade de ganhar o Mundial. Pelo fato de a gente já ter disputado o Mundial, não será algo novo e vamos saber como agir melhor. Cometemos na última edição (no início do ano) alguns erros que vão nos deixar mais maduros para 2022.

O Flamengo era considerado por muitos o favorito para conquistar a Libertadores. A força mental foi um diferencial a favor do Palmeiras?

Foi. O Abel Ferreira foi muito aberto e transparente com a gente. Ele ganhou a nossa confiança e nos passou uma segurança muito grande para a final da Libertadores.

Você chegou tímido ao Palmeiras e hoje se mostra um atleta maduro e confiante. A confiança foi um dos componentes que o fez decolar na carreira?

Eu comecei a crescer quando tive uma sequência e ganhei confiança. Primeiro com o (auxiliar) Andrey (Lopes, o Cebola) e depois com o Abel. Essa sequência fez com que eu atingisse o nível de confiança que precisava e as coisas caminharam até melhor do que eu esperava.

Imaginava fazer tanto sucesso?

Sonhei em jogar e fazer gols pelo Palmeiras. Mas nunca imaginei que alcançaria tudo o que já alcancei pelo Palmeiras em pouco tempo.

Você é palmeirense, como era seu avô Rafael, que infelizmente não conseguiu vêlo jogar pelo time. Suas memórias se tornaram um combustível para perseguir as vitórias e títulos?

Não é algo que fica na minha cabeça o tempo inteiro, mas, quando paro para pensar, às vezes, eu lembro que estou vivendo um sonho, ganhando jogos importantes e títulos.

Sua trajetória se assemelha à de Alex. Ambos são meias canhotos habilidosos e saíram jovens do Coritiba para brilhar no Palmeiras...

Gostava muito do estilo dele. Foi um cara que me ajudou muito quando eu subi para o profissional do Coritiba e quando vim para o Palmeiras.

A chegada do Abel Ferreira foi um divisor de águas para você no Palmeiras?

Desde o primeiro dia de trabalho ele conversou comigo. Perguntou onde eu gostaria de jogar. Já de início essa preocupação dele em mostrar o interesse em me ajudar foi importante para o meu futebol.

Você foi citado por Tite recentemente, em uma entrevista. O treinador busca um “ritmista” e ainda há vagas no meio de campo da seleção brasileira. Espera disputar a Copa do Mundo do Catar?

Respeito muito tudo o que o Tite e seus auxiliares fazem. Eles sabem o melhor para a seleção. Mas fico na expectativa de ser lembrado. Tudo o que eu faço no meu presente vai refletir nos meus objetivos.

Há informações de interesse de clubes de exterior por seu futebol. O Inter Miami é um deles...

Não recebi proposta de nenhuma equipe. Quero cumprir meu contrato (vigente até o fim de 2024) e fazer ainda mais história no Palmeiras. Saem coisas sobre mim desde quando cheguei que não são verdade. Já disseram que fui vendido para vários lugares. O meu futuro está no Palmeiras. •

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2021-12-19T08:00:00.0000000Z

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