O Estado de S. Paulo

Apresentação inclui a volta adaptada de ‘Gira’

Como se tornou tradicional na apresentação de novos trabalhos, o Grupo Corpo incorpora uma coreografia de seu repertório que dialogue com facilidade com o espetáculo original.

Assim, antes de primavera ,o público poderá (re)descobrir

Gira, apresentado em 2017 e com movimentos inspirados na umbanda, com trilha sonora especialmente criada pela banda Metá Metá. Foi preciso fazer uma adaptação, porém, em relação ao trabalho original: como os bailarinos não deixam nunca o palco – quando não estão no “terreiro”, identificado por um retângulo iluminado, eles utilizam cadeiras colocadas em torno, sob véus negros –, as movimentações foram recalculadas para evitar ao máximo o contato e a proximidade.

O Corpo tem por tradição convidar músicos para criarem (ou adaptarem) seus trabalhos que servirão como trilha sonora para as novas coreografias. E, em Gira, houve um jeito diferente na relação com as sonoridades, graças ao encontro do som do Metá Metá e da inclusão dos ritos da umbanda. E a presença de Exu, o mais humano dos orixás, foi uma sugestão da banda, o que acabou se tornando o fio condutor poético para unir os 11 temas do espetáculo.

Mantendo o respeito às crenças (“Eu me senti obrigado a ter cuidado, porque é religião”, observou o coreógrafo Paulo Pederneiras), Gira traz uma reconstrução do glossário de gestos e movimentos pesquisados por Pederneiras em ritos de celebração tanto do candomblé quanto da umbanda. Assim, as simbologias de rituais e festas permeiam a organização da obra.

CULTURA & COMPORTAMENTO

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2021-10-26T07:00:00.0000000Z

2021-10-26T07:00:00.0000000Z

https://digital.estadao.com.br/article/282385517723072

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