O Estado de S. Paulo

Prefeitura de SP retoma processo de concessão de 22 cemitérios

Proposta anterior foi arquivada em fevereiro pelo TCM, que apontou aumento abusivo de tarifas entre irregularidades

PRISCILA MENGUE

Após ao menos três suspensões pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) desde a gestão João Doria (PSDB), o processo de concessão dos 22 cemitérios públicos e do Crematório da Vila Alpina foi retomado pela Prefeitura de São Paulo. A proposta passou de 35 para 25 anos de duração e tem como principais pontos a ampliação e reforma de unidades, a criação de mais três crematórios e o aumento nos preços de parte dos serviços funerários.

As novas tarifas estiveram entre as irregularidades que barraram o andamento da concessão no TCM, que arquivou o processo em fevereiro, mas antes chegou a apontar que os valores extrapolavam “a razoabilidade”. O exemplo citado pelo relator era o da cremação, cuja a tarifação máxima proposta é de R$ 2,1 mil, enquanto hoje o serviço varia de R$ 114 a R$ 2 mil.

A proposta, que está em consulta pública, dividiu os cemitérios e o crematório em quatro blocos, cujos contratos exigirão o pagamento mínimo de R$ 100,7 milhões (bloco 1), R$ 167,7 milhões (bloco 2), R$ 145,5 milhões (bloco 3) e R$ 145,5 milhões (bloco 4), totalizando R$ 559,5 milhões. Também é obrigatório o repasse de um porcentual mensal da receita (4% da alíquota).

Os blocos são: 1 (Cemitérios da Consolação, Quarta Parada, Santana, Tremembé, Vila Formosa 1 e 2 e Vila Mariana); 2 (Cemitérios do Araçá, Dom Bosco, Santo Amaro, São Paulo e Vila Nova Cachoeirinha);

Uma obrigação proposta às concessionárias é instalar crematórios nos Cemitérios Dom Bosco, Vila Formosa e Campo Grande

3 (Cemitérios Campo Grande, Lageado, Lapa, Parelheiros e Saudade); e 4 (Cemitérios da Freguesia do Ó, Itaquera, Penha, São Luiz e São Pedro e Crematório da Vila Alpina).

A concessão envolve os serviços de gestão, operação, manutenção, expansão e reforma dos espaços, além da prestação de serviços variados (como enterro, exumação, vigilância e outros). Uma das obrigações propostas para as concessionárias é a instalação de três novos crematórios, nos Cemitérios Dom Bosco, Vila Formosa e Campo Grande.

ENCARGOS E RECEITA. Entre o pagamento à Prefeitura e as intervenções obrigatórias, a estimativa municipal é de que os contratos custem R$ 1,9 bilhão (bloco 1), R$ 1,6 bilhão (bloco 2), R$ 1,3 bilhão (bloco 3) e R$ 1,6 bilhão (bloco 4). Os encargos devem pesar na receita só nos primeiros anos, diz a Prefeitura, que elaborou uma projeção em que a concessionária do bloco 1, por exemplo, passará a ter lucro no quinto ano, ganhando R$ 25,4 milhões. Segundo o edital sugerido, a receita virá dos serviços obrigatórios e de outros adicionais.

Em nota, a Prefeitura destacou que as tarifas apontadas na proposta são o teto. “Como a concessão foi dividida em blocos para estimular a competitividade, as futuras concessionárias poderão ofertar pacotes por quantias bem mais baixas”, salientou. No caso da mudança de valor na cremação, a gestão Nunes destacou que o preço máximo estaria abaixo do praticado em crematórios paulistas e do Rio. •

METRÓPOLE

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2021-10-26T07:00:00.0000000Z

2021-10-26T07:00:00.0000000Z

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