Propiciar um conjunto de vivências no ambiente escolar, em particular durante o ensino médio, com experiências diárias significativas para os alunos, cria condições para que os estudantes se percebam como cidadãos (com direitos e deveres), se sintam agentes transformadores do mundo e tenham liberdade de escolhas responsáveis na vida adulta. Essa é uma das premissas da Escola Móbile, de São Paulo, que ganha ainda maior importância em um contexto de tantas transformações na área educacional.

Em 2022, entra em vigor a Lei nº 13.415/2017, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A mudança prevê aumento da carga horária mínima obrigatória para o ensino médio, que passa de 2,4 mil horas para 3 mil horas ao longo de três anos, com a seguinte distribuição: 60% dessas horas deverão ser voltadas a um currículo geral básico, previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e as outras 40% serão destinadas a itinerários de formação definidos pelo próprio aluno.

Na Móbile, essa possibilidade de escolha dos alunos não é uma novidade. Desde 2013, a escola já oferece no ensino médio um conjunto de disciplinas eletivas. Com isso, o jovem tem condições de escolher parte de seu currículo, além de ter garantida uma base curricular geral sólida, composta por disciplinas como Português, Matemática, Biologia, História, Química, Filosofia, etc.

“Já tínhamos uma diversidade grande de projetos para contemplar diferentes percursos no ensino médio. A nova lei, bastante flexível, vai possibilitar a existência de um ensino médio ainda mais interessante e conectado com as demandas individuais dos alunos e com a realidade”, explica Wilton Ormundo, diretor-geral pedagógico da Móbile.

A ideia, ele diz, é oferecer condições para que a transição para a vida adulta universitária seja o menos árida possível para o adolescente. O novo ensino médio proposto pela Móbile, além de dialogar com os interesses dos estudantes, estabelece vínculos diretos com o mundo contemporâneo e com os projetos dos alunos que ingressam no primeiro ano em 2022 e se formam em 2024.

E as escolhas dos alunos não estão restritas a disciplinas. Eles podem, por exemplo, se engajar em projetos de iniciação científica ou artística e contar com a orientação de um professor-tutor ao longo de um ano para desenvolver uma pesquisa acadêmica ou uma produção artística.

Trata-se de uma oportunidade de o aluno ter um contato antecipado com aquilo que fará mais tarde na faculdade. Uma das alunas da Móbile, por exemplo, se dedicou ao estudo do daltonismo e se envolveu tanto nesse tema que hoje cursa Medicina.

Todos esses recursos já disponíveis na Escola Móbile a colocaram entre as cinco escolas mais bem avaliadas no ranking do Enem em São Paulo desde que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) começou a divulgar esses dados, em 2006.

Para as famílias que têm dúvidas sobre as mudanças que virão com o novo ensino médio e sobre como fazer a melhor escolha de uma escola para os filhos, o diretor-geral pedagógico da Móbile orienta: “Nessa importante escolha, é preciso levar em conta o necessário diálogo entre os valores da família e os da escola, além de observar de que forma a instituição se vincula com o tempo presente. A escola precisa trabalhar com os conhecimentos acumulados ao longo da história humana, mas sem perder de vista os fenômenos que atravessam a vida dos alunos de hoje”.