Governo sem norte na agenda das reformas
COLUNA DO ESTADÃO ALBERTO BOMBIG TWITTER: @COLUNADOESTADAO COLUNADOESTADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/ COM MATHEUS LARA
Atramitação da reforma administrativa, em meio a recuos e acusações de privilégio que fizeram o texto ser chamado de “antirreforma”, é só a mais recente de uma sequência de complicações envolvendo matérias importantes da agenda econômica. Para analistas do setor, tem ficado claro o desnorteamento do governo federal com a desfiguração de projetos no Congresso por falta de diálogo e de capacidade de articulação. “Sem alguém para dar o norte, a chance de aparecerem cavalos com chifre é brutal”, afirma o economista Celso Toledo.
Lista. A desidratação da PEC Emergencial, os “jabutis” das mudanças no IR e na MP da privatização da Eletrobras, além do Orçamento capturado por emendas são mais exemplos.
Não é... “Reformar é melhorar estruturalmente as contas públicas e a capacidade de crescimento do País. Não é o caso. São medidas localizadas”, diz a economista Zeina Latif.
...assim. “Não que privatizar a Eletrobras não tenha benefício, por exemplo, mas, do modo como foi feita, para atender a interesses paroquiais do Congresso, é questionável, assim como a PEC Emergencial sem esforço fiscal de ajuste por parte do governo”, diz Zeina.
Perdidos... Para Toledo, se o governo tem um norte definido, as negociações e concessões ao Parlamento tendem a seguir um caminho na direção esperada, uma vez que o Executivo estabeleceria limites dentro da meta que persegue (validada eleitoralmente).
Chave. Do cientista político Rodrigo Prando: “Em que momento o governo Bolsonaro se mostrou aberto ao diálogo, à negociação e ao planejamento? Havia expectativa do mercado, mas Paulo Guedes não teve condições de avançar em reformas porque o presidente aposta no presidencialismo de confrontação”.
Idade das trevas. Preparem as velas: cresce entre técnicos do setor elétrico a preocupação com um verão cheio de apagões no País por conta da atual crise.
Calma... Não é unânime a leitura de que Lula conseguiu selar a paz em Pernambuco. Integrantes da Executiva Nacional do PSB, por exemplo, pregam mais cautela na relação com o PT.
...aí. Ainda há quem defenda condicionar o apoio a Lula somente se houver novo recuo de Marília Arraes (PT) no Estado, em prol de uma candidatura do PSB a governador (o nome mais cotado é o do ex-prefeito de Recife Geraldo Júlio).
CLICK. Patricia Ellen, secretária estadual de Desenvolvimento Econômico de SP, tomou a segunda dose da vacina contra a covid-19: “Chorei de alívio e emoção”.
Matemática. A cautela se dá diante da constatação de que a conta pode não fechar, já que Arraes lidera com folga as pesquisas.
Pera lá. O grupo que pede calma na relação com o PT defende que o PSB jogue com as brancas rumo a 2022, ao invés de ficar esperando os movimentos do PT, como ocorreu quatro anos atrás. Num xeque aos petistas, alguns falam em ter mais conversas com Ciro Gomes (PDT).
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2021-09-26T07:00:00.0000000Z
2021-09-26T07:00:00.0000000Z
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