O Estado de S. Paulo

SP antecipa vacina e desafoga o comércio

Estado vai aumentar lotação máxima e horários de funcionamento do comércio

Priscila Mengue / COLABOROU ANNE WARTH

Novo calendário de flexibilização no Estado de São Paulo prevê que, a partir de 17 de agosto, não haverá mais determinação de horário de funcionamento para estabelecimentos comerciais. No dia 18, adolescentes devem começar a ser imunizados.

O governo de São Paulo anunciou ontem uma nova antecipação no cronograma de vacinação contra a covid-19. Com indicadores da doença em queda, a gestão de João Doria (PSDB) também divulgou uma flexibilização mais ampla das restrições vigentes para o comércio a partir do próximo mês.

Batizada de “retomada segura”, a nova flexibilização prevê uma fase de transição de 1.º a 16 de agosto, quando o horário de fechamento dos estabelecimentos comerciais passará de 23h para 0h e a ocupação limite, de 60% para 80%.

A partir de 17 de agosto, a flexibilização aumenta para 100% de ocupação e termina a previsão de horário de fechamento. O toque de restrição no Estado também será extinto. Segundo a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, os locais poderão ter ocupação máxima “desde que tenhamos a garantia do distanciamento de um metro entre os que frequentam os espaços”. Com as mudanças para o comércio, faculdades também poderão receber 100% dos alunos.

O governo continua recomendando que se evitem aglomerações. Festas e grandes eventos seguem proibidos – o que vale, por exemplo, para shows e encontros em casas noturnas; as competições esportivas seguirão sem público.

O governo do Estado mantém a recomendação de escalonamento de horários para entrada e saída de trabalhadores dos setores de comércio, serviços e indústrias. Também continuam liberadas as celebrações individuais e coletivas em igrejas, templos e espaços religiosos, desde que cumpridos os protocolos sanitários.

Os parques estaduais passarão a abrir em horário normal a partir de domingo. “A vida está voltando ao normal no Estado”, declarou Doria.

Foi a primeira vez que o governador participou presencialmente do informe do governo estadual sobre a pandemia desde que ele foi reinfectado. Doria disse que passou o período de 14 dias, sem apresentar sintomas.

O Estado tem 4.015.426 casos e 137.740 óbitos por coronavírus confirmados. A taxa de ocupação é de 53% em UTI, de acordo com a Sede (Sistema Estadual de Análise de Dados).

Ao todo, São Paulo está com 5.907 de internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com quadro relacionado à covid-19. O índice de ocupação nessa ala foi de 53% – o menor do ano no Estado. Já o número é de 5.555 hospitalizados em leitos de enfermaria. O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, alerta que as internações caíram 62,7% e os óbitos recuaram 57% em relação ao auge da segunda onda.

O governo tem adotado flexibilizações das atividades econômicas, como outros países em que houve avanço da vacinação, mas não sinaliza para derrubar a exigência de máscaras – nos Estados Unidos, o item de proteção facial voltou a ser exigido diante do aumento de casos da variante Delta, cepa mais transmissível, identificada originalmente na Índia.

O Estado de São Paulo já registrou 15 contaminados por essa variante, mas especialistas acreditam que pode haver subnotificação de casos, uma vez que há dificuldades de vigilância genômica no País.

Vacinação de adolescentes. O início da vacinação adolescentes foi antecipado de 23 agosto para 18 de agosto. O governador atribuiu a antecipação das datas à compra estadual de 4 milhões de doses adicionais da Coronavac. “Já chegaram e já foram distribuídas (as vacinas). E, com a ajuda de prefeitos e prefeitas, estamos podendo antecipar a vacinação.”

O calendário estadual prevê a imunização da população de 28 a 29 anos de amanhã até 4 de agosto, enquanto o público de 25 a 27 anos terá sua vez entre 5 e 9 de agosto. Já quem tem de 18 a 24 anos poderá procurar os postos de dia 10 a 16.

Na sequência, a vacinação de 18 a 29 de agosto será focada no público de 12 a 17 anos com comorbidades, deficiências, gestantes e puérperas. De 30 de agosto a 5 de setembro, a campanha vai focar em todos os adolescentes de 15 a 17 anos, enquanto os de 12 a 14 anos receberão a primeira dose de 6 a 12 de setembro.

Até agora, o único imunizante que tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essa faixa etária é o da Pfizer. A imunização de adolescentes também é vista como uma estratégia para tornar ainda mais segura a retomada das aulas presenciais. Segunda dose. Cerca de 748 mil pessoas, no Estado, não retornaram aos postos para tomar a segunda dose. O número, diz a coordenadora do Plano Estadual de Imunização, Regiane de Paula, é considerado baixo. Na cidade de São Paulo, 216 mil moradores estão com a segunda dose atrasada.

Ontem, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um apelo aos brasileiros que estão com a segunda dose da vacina em atraso para que procurem os postos e completem a imunização. “Peço que busquem os postos de vacinação para tomar a segunda dose, pois sua imunização só estará completa após a conclusão do esquema vacinal”, afirmou, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV.

Estudos já mostraram que duas doses da vacina da Pfizer ou da Astrazeneca são eficazes contra a variante Delta, mas apenas uma dose do imunizante não é suficiente para proteger dessa nova cepa. A eficácia da Coronavac contra a Delta ainda está sendo avaliada.

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2021-07-29T07:00:00.0000000Z

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