O Estado de S. Paulo

Montadoras começam a produzir baterias para seus veículos elétricos

Fabricantes que querem se livrar da dependência de outras empresas já desenvolvem seus próprios componentes com ajuda de parcerias

Por Mário Sérgio Venditti

Não basta fabricar automóveis elétricos; é preciso também desenvolver baterias. Muitas montadoras desejam tirar das mãos de fornecedores a responsabilidade de produzir o “coração” dos veículos elétricos e elas mesmas se movimentam para fabricá-las, geralmente em parceria com empresas especializadas.

Segundo estudo da empresa de robótica e eletrificação ABB Robotics, a previsão do surgimento de 80 novas gigafábricas de baterias ainda é insuficiente para atender à demanda que virá, pois a quantidade de veículos movidos a eletricidade conhecerá uma escalada no mundo até 2036, superando a de motor a combustão.

O levantamento destaca que, embora a Ásia ainda lidere a produção de baterias, a Europa ocupará espaço relevante nos próximos anos. “A automação é fundamental para aumentar a segurança, a qualidade e a rastreabilidade da montagem, fornecendo tecnologias de bateria de maneira econômica, o que é vital para a expansão dos veículos elétricos”, diz Tanja Vainio, diretor executivo da linha de negócios da ABB Robotics.

Especialistas ressaltam a importância de a montagem da bateria estar próxima ou dentro das próprias montadoras. “Isso aumenta a sustentabilidade, reduz o custo com transporte e melhora a flexibilidade”, afirma Vainio. Não é só: com a produção das baterias – responsáveis por, aproximadamente, um terço do valor final do carro elétrico –, a indústria também terá condições de diminuir o preço dos automóveis e deixá-los mais acessíveis ao consumidor. Conheça oito marcas que já produzem – ou estão em vias de produzir – baterias para seus automóveis. INVESTIMENTO PESADO DA VOLKSWAGEN A montadora alemã pretende garantir o suprimento de células de baterias com seis gigafábricas, instaladas até o fim da década. Quando estiverem prontas, elas deverão produzir células com valor energético total de 240 gigawatts/ hora (GWH), por ano. As duas primeiras fábricas funcionarão nas cidades de Skelleftea (Suécia) e Salzgitter (Alemanha), com inauguração prevista para 2023. A produção própria implicará em benefícios financeiros.

“Queremos reduzir o custo e a complexidade da bateria e, ao mesmo tempo, aumentar sua autonomia e performance”, afirma Thomas Schmall, membro do conselho do Grupo Volkswagen.

Outras economias serão obtidas com a otimização do tipo da célula e a inovação de métodos de produção, assim como uma reciclagem consistente. A meta é cortar gradualmente os custos das baterias: 50% no segmento de entrada dos automóveis e em até 30% no de alto volume.

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2021-07-28T07:00:00.0000000Z

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