O Estado de S. Paulo

‘Enxergamos oportunidades em moda feminina e de praia’

Rony Meisler, fundador da Reserva e CEO da AR&CO

AAR&CO, braço de moda da Arezzo&co, anunciou sua primeira aquisição na semana passada: a marca BAW, direcionada para jovens e com forte atuação no chamado “streetwear”. O negócio, que custou R$ 105 milhões, pode gerar receita de até R$ 500 milhões anuais até 2026, de acordo com a companhia, que prevê expansão da rede de lojas e também o início da distribuição dos produtos da BAW no mercado multimarcas.

Para Rony Meisler, fundador da Reserva e CEO da AR&CO, compras como essas serão mais comuns nos próximos meses. Segundo ele, o diferencial das futuras companhias que farão parte do portfólio da empresa será a participação total dos fundadores na operação de suas marcas dentro do novo grupo.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

• Como surgiu o interesse na BAW? Acompanho a BAW há algum tempo. Assim que fizemos o negócio com a Arezzo, eu já citava a BAW. Eles conseguiram escalar a marca de maneira muito rápida em um sistema nativo digital, trabalhando muito com influenciadores e criando um sistema próprio de análises de dados. Além disso, existe alinhamento cultural entre a BAW e a AR&CO. Os fundadores continuarão tocando a operação.

• O foco das compras da AR&CO continuará sendo em empresas menores e nichadas? E qual vai ser o ritmo?

Não posso dizer a velocidade, mas a AR&CO nasceu para ser uma plataforma consolidadora de marcas. Então, com certeza, novas marcas chegarão em breve. O nosso critério é que elas sejam complementares que não canibalizem umas com as outras. Ainda temos muitos espaços para serem preenchidos.

• Quais são esses espaços?

Existem vários. Enxergamos espaços para três marcas de moda feminina, por exemplo, além de marcas complementares em beachwear (moda praia).

• Como não repetir os erros de empresas como Restoque e Inbrands, que já foram consolidadoras e não estão em uma situação financeira confortável atualmente?

Entendendo o valor do fundador da empresa adquirida e dando independência para ele. A boa liderança é a que indica a direção, dá liberdade para os gestores e só varre as sujeiras do caminho. É isso o que pretendemos fazer. Nas consolidações anteriores, ao que me parece, as premissas financeiras foram mais importantes e não os valores dos fundadores. /ANDRÉ JANKAVSKI

Economia

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2021-06-14T07:00:00.0000000Z

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