O Estado de S. Paulo

Paris se dobra ao sérvio Djokovic

Atleta ganha do grego Tsitsipas, de virada, e fica com a taça de Roland Garros

Novak Djokovic não é o melhor tenista do mundo por acaso. Ele é sérvio e um sérvio jamais desiste da luta. Djokovic mostrou isso em Paris. Mas não só. Apresentou em 4h11 toda sua técnica, um ótimo repertório e a força mental na final de Roland Garros, ontem, na capital francesa, que se dobrou diante do seu talento e simpatia.

Numa épica batalha no saibro, ele virou a decisão diante do grego Stefanos Tsitsipas para 3 a 2 após sair em desvantagem de 2 a 0. Com parciais de 6/7 (8), 2/6, 6/3, 6/2 e 6/4, o sérvio garantiu a conquista de seu 19.° Grand Slam da carreira e o segundo troféu em Paris.

Djokovic está a um título de se igualar ao espanhol Rafael Nadal e ao suíço Roger Federer como maiores campeões em Grand Slams. Pode alcançar a marca em Wimbledon, daqui a duas semanas, onde já se sagrou campeão cinco vezes.

“Muito obrigado pela presença de todos. Agradeço a todos que me ajudaram nesta conquista. É a realização de um sonho”, comemorou Djokovic, reconhecendo também o ótimo trabalho em quadra de Tsitsipas.

Assim como na semifinal da edição passada de Roland Garros, Djokovic encontrou dificuldade para superar o garoto grego e também precisou do tiebreak. Na ocasião, avançou com parciais de 6/3, 6/2, 5/7, 4/6 e 6/1). Foi sua sexta vitória em oito confrontos contra o habilidoso tenista da Grécia, que buscava a inédita conquista. Djokovic, de 34 anos, já havia jogado na véspera outras quatro horas contra Nadal. Mas teve fôlego após perder os primeiros sets.

O equilíbrio prevaleceu no primeiro set na quadra Philippe Chatrier, a principal no complexo de Roland Garros. Com ótimo aproveitamento do serviço, os finalistas não tiveram quebras até o 5 a 5, quando o sérvio aproveitou o break point e abriu 6 a 5, dois games após ter de salvar um set point.

O grego, porém, pressionou o saque de Djokovic e abriu 0/40.

Três chances para devolver a quebra. Levou a decisão ao tie-break aproveitando a segunda chance. Bem no jogo, com sete aces, Tsitsipas não merecia perder nos games finais e igualou a disputa em 6/6. O público vibrava.

No desempate, o grego abriu 4 a 0. Com 5/2, tinha dois serviços para fechar o set. Sob pressão, falhou. Djokovic virou e teve o primeiro set point. O grego reagiu e fechou em 7/6 com 8/6 no tie-break. Tsitsipas foi ainda melhor na segunda parcial. Quebrou o serviço de Djokovic, repetiu a dose no sétimo game e não encontrou resistência na terra batida francesa para mandar 6/2 e ficar próximo do título.

Mas estava diante de um sérvio. Djokovic ganhou notoriedade por jamais desistir em uma partida. Diante das dificuldades, ele sempre conseguiu se reerguer. E voltou para a disputa do título em Roland Garros com um belo terceiro set: 6/3. Com uma quebra no quarto game, revezou pontos até fechar.

O grego pediu atendimento médico após perder o terceiro set, acusando problemas lombares. Voltou cometendo erros no saque e com duplo break point contra. Saiu atrás com 0/1. Desestabilizado, não acertava mais nada e logo Djoko abriu 4 a 0. Não teve problemas para fechar em 6/2 e levar a decisão ao super tie-break, com chances para os dois tenistas.

Depois de um ponto para cada lado, o sérvio quebrou o serviço de Tsitsipas. Em vantagem, apostou no saque. Com decisões rápidas, não deu chance de quebra ao rival e ergueu o troféu com 6/4, aproveitando o segundo match point. Foi o segundo título no saibro francês do sérvio, que se ajoelhou ao fim do jogo, ergueu a raquete aos céus e agradeceu ao público.

Tenista sérvio ‘Agradeço a todos que me ajudaram. É a realização de um sonho’

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2021-06-14T07:00:00.0000000Z

2021-06-14T07:00:00.0000000Z

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