O Estado de S. Paulo

Apoiador do torneio, Bolsonaro vê estreia de casa

Nenhuma autoridade do governo federal comparece à tribuna de honra no Estádio Mané Garrincha, em Brasília

Lauriberto Pompeu e Felipe Frazão

O presidente Jair Bolsonaro decidiu não comparecer ao jogo de abertura da Copa América. O chefe do Poder Executivo se empenhou pessoalmente para que o torneio fosse realizado no Brasil. O primeiro jogo aconteceu ontem, dia 13, entre Brasil e Venezuela no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O time de Tite ganhou por 3 a 0.

Bolsonaro postou uma foto pouco após o início da partida, com a camisa do Brusque, equipe de Santa Catarina. O presidente escreveu na postagem: “Copa América. Boa tarde a todos”. Na imagem, Bolsonaro destacava a transmissão do jogo pelo SBT, o canal aberto que comprou os direitos do torneio.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, genro de Silvio

Santos, dono da emissora, também compartilhou uma foto da transmissão televisiva do jogo nas redes sociais.

Nenhuma autoridade do governo federal compareceu à tribuna de honra do Estádio Nacional Mané Garrincha. O secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Feldman, disse que o Palácio do Planalto não deu justificativas para a ausência. “Decisão deles”, afirmou Feldman. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também não compareceu. Os confrontos da Copa América não contam com público, mas permitem a ida presencial de autoridades e da imprensa credenciada.

A decisão de tornar o País sede do evento gerou revolta por acontecer em meio à pandemia do coronavírus, que se aproxima de 500 mil mortos no Brasil.

As seleções da Venezuela, Colômbia

e Bolívia têm casos confirmados de covid-19 entre seus integrantes. Jogadores substitutos tiveram de ser convocados para a seleção da Venezuela às pressas para o jogo de ontem.

Quando anunciou o Brasil como sede da competição, o presidente da Confederação Sulamericana de Futebol (Conmebol), Alejandro Domínguez, fez questão de agradecer nominalmente a Bolsonaro. “Quero agradecer especialmente ao presidente Jair Bolsonaro e a seu gabinete por receber o torneio de seleções mais antigo do mundo”, disse o dirigente máximo da Conmebol nas redes sociais.

A Argentina abriu mão do torneio depois de a Conmebol não aceitar as exigências feitas pelas autoridades sanitárias, que inclusive eram parecidas com as feitas pelo Brasil. Entre as reivindicações do governo argentino estava a redução do número de integrantes das delegações.

Para jogar no Brasil, todos precisam fazer testes regulares para covid-19.

Esportes

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2021-06-14T07:00:00.0000000Z

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