O Estado de S. Paulo

Retorno às normas democráticas pode ser a cola da frágil aliança

Roger Cohen ✽ É COLUNISTA

Acoalizão formada para tirar Binyamin Netanyahu do poder parece uma receita para a instabilidade crônica e sua sobrevivência é o maior problema. A democracia parlamentar de Israel mudou sob Netanyahu. No final, seu estilo cada vez mais desdenhoso havia alienado muitas pessoas, especialmente entre aliados nominais da direita. O acordo para retornar às normas democráticas pode ser a cola da frágil coalizão.

“As partes são díspares, mas compartilham o compromisso de reconstituir Israel como uma democracia liberal funcional”, disse Shlomo Avineri, um proeminente cientista político. “Nos últimos anos, vimos Netanyahu começar a governar de forma semiautoritária.”

Naftali Bennett, o novo primeiro-ministro, prometeu que “o governo trabalhará para todo o público israelense – religioso, secular, ultraortodoxo, árabe – sem exceção, como um só. Vamos trabalhar juntos, por parceria e responsabilidade nacional, e acredito que teremos sucesso”.

Mas o sucesso exigirá um compromisso constante. “Eles não vão lidar com questões altamente controvertidas entre esquerda e direita”, disse Tamar Hermann, professora de ciência política na Universidade Aberta de Israel.

Na prática, isso significa que o novo governo provavelmente se concentrará nas questões internas de Israel em vez de nas relações externas.

Ele também estará sob constantes e duros ataques do partido Likud, de centro-direita, de Netanyahu. “Não vai ser fácil”, disse Avraham Diskin, cientista político da Universidade Hebraica de Jerusalém. “Eu realmente duvido que (Yair) Lapid se torne primeiro-ministro daqui a dois anos.”

Internacional

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2021-06-14T07:00:00.0000000Z

2021-06-14T07:00:00.0000000Z

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