Siglas de esquerda podem iniciar processo de fusões
Caso projeto passe no plenário, PSB e PCDOB sinalizam aliança em modelo de federação para disputa em 2022
/ P.V. e C.T.
O projeto das federações partidárias conta com o apoio do PT e do PSB como forma de “solidariedade” e sinalização política para as eleições de 2022, mas é visto também no campo da esquerda como o início de um processo mais amplo de fusões partidárias. “Nossa proposta é de um sistema político com um número reduzido de partidos e uma cláusula de desempenho mais alta, de 5%. Não acho a federação o melhor formato, mas ela pode ser um embrião de partidos maiores e mais programáticos”, disse o presidente do PSB, Carlos Siqueira.
Uma das fusões (ou formação de federação caso o projeto seja aprovado) discutida é justamente entre o PSB e o PCDOB. “A união com a Rede é uma possibilidade”, disse o presidente do PV, José Luiz Penna.
Para angariar apoio entre partidos fora do campo da esquerda, os deputados do PCDOB adotaram o discurso que o novo modelo pode beneficiar todos no espectro ideológico.
“O (presidente Jair) Bolsonaro pode fazer uma federação do Patriota com o PTB do Roberto Jefferson, por exemplo. Esse é um mecanismo que não é de direita nem de esquerda”, afirmou o deputado Orlando Silva (PCDOB-SP).
Os deputados bolsonaristas, porém, não simpatizam com a ideia. “O tema do sistema eleitoral é fisiológico e não ideológico. Fortalece os pequenos partidos de esquerda, que são os mais radicais. Querem acesso ao financiamento público, é o grande motivador”, disse o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP).
Já o presidente do PSD, Gilberto Kassab, sinaliza que pode apoiar o projeto. “Se ele for engessado, é uma oportunidade para que as pequenas legendas sérias continuem num casamento consolidado de quatro anos”, afirma.
Política
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2021-06-14T07:00:00.0000000Z
2021-06-14T07:00:00.0000000Z
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