O Estado de S. Paulo

Brasil estreia com 3 a 0 sobre a Venezuela

Jogadores da seleção cumprem missão e fazem seu papel na estreia do torneio diante da Venezuela, em Brasília

Paulo Favero

Tite com Neymar, autor de um dos gols. Seleção pegou rival desfalcado pela covid-19 na Copa América.

Em situação normal, o Brasil já seria favorito contra a Venezuela no futebol, ainda mais em uma Copa América disputada no País. Mas na partida inaugural do torneio continental, a seleção encontrou um rival desentrosado e desfalcado após 13 casos de covid-19 que deixaram jogadores em isolamento na véspera do jogo. A vitória do time comandado por Tite por 3 a 0 foi justa, mas se apertasse poderia ter feito muito mais.

O duelo, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, não teve a presença de torcedores e foi realizado após críticas de torcedores contrários à realização da competição no Brasil em um momento no qual a pandemia de coronavírus está com números altos de casos e mortes.

Até para rebater as críticas, a Conmebol divulgou ontem uma “Carta aberta à opinião pública” e nela argumentou que a organização do torneio de seleções mais antigo do mundo se sustenta em três pilares principais: responsabilidade, profissionalismo e objetivo esportivo. Também ressaltou a “bolha sanitária” que as dez delegações estão submetidas.

O controle todo detectou 17 casos positivos de covid-19 no sábado, por exemplo. Por isso a Venezuela entrou em campo bastante desfalcada – os outros casos ocorreram com a seleção da Bolívia. E além da crítica na insistência em realizar o evento, existe um outro problema na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cujo presidente está afastado do cargo acusado de assédio moral e sexual. Ele não esteve no estádio do DF.

Foi diante desse cenário que os jogadores brasileiros entraram em campo – a contragosto, pois falaram publicamente que a Copa América no País não vinha em boa hora – para fazer o básico e estrear com vitória. Tite até aproveitou o duelo para dar chance a alguns atletas que não vinham sendo titular.

Um dos que melhor aproveitaram a oportunidade foi Militão, que atuou como zagueiro, mas deu importantes passes para os atacantes, ajudando a quebrar a linha defensiva rival.

Logo nos primeiros minutos já dava para perceber a fragilidade dos venezuelanos e que o gol brasileiro não demoraria a sair. Em 10 minutos, o Brasil teve duas chances com Richarlyson e uma com Militão, que desperdiçou cabeçada. Mas aos 22, em um escanteio de Neymar, a bola sobrou para o beque Marquinhos, que abriu o marcador.

“A gente sabe o quanto é importante fazer os gols, mesmo para um zagueiro. A gente conseguiu desempenhar um bom papel. Fizemos um grande resultado no primeiro tempo, que foi o que ajudou”, comentou Marquinhos, lembrando que o gol no início teve papel importante para quebrar o sistema defensivo rígido do adversário, com duas linhas de quatro atrás.

Depois disso, Richarlyson teve nova chance e marcou, mas ele estava impedido. Com boa movimentação, Neymar se mostrava bem na criação e muitas vezes era parado com faltas. Aos 29, o camisa 10 fez linda jogada, se livrou de Martínez e chutou, mas a bola foi para fora.

Igual a Ronaldo. Na etapa final, o jogo continuou em ritmo lento, até que Danilo fez boa jogada individual e foi derrubado dentro da área. O juiz marcou pênalti e na cobrança perfeita d Neymar, ao seu estilo, o atacante chegou a 67 gols pela seleção brasileira, igualando-se a Ronaldo Fenômeno. Ambos estão atrás apenas de Pelé, que tem 95 gols, segundo as contas da CBF.

Após ampliar para 2 a 0, o Brasil diminuiu ainda mais o ritmo num Mané Garrincha frio e sem emoção. A Venezuela, por sua vez, não conseguiu exigir nenhuma defesa de Alisson e ainda sofreu o terceiro gol. Neymar recebeu em ótimas condições, partiu em velocidade e tirou o goleiro da jogada. O atacante então cruzou para Gabigol, livre, empurrar de peito para o gol vazio e fechar o placar.

Para a seleção de Tite, o importante foi estrear com vitória e cumprir sua obrigação na abertura de uma Copa América que o time não queria no Brasil. Agora, na próxima rodada, quintafeira, a equipe enfrenta o Peru, no Engenhão, em busca de mais três pontos. Será um duelo um pouco mais difícil, mas a seleção vem embalada com oito vitórias seguidas.

Primeira Página

pt-br

2021-06-14T07:00:00.0000000Z

2021-06-14T07:00:00.0000000Z

https://digital.estadao.com.br/article/281522229034902

O Estado